Bamako, 28 Set (AIM) – Vários partidos políticos do Mali repudiaram, quarta-feira (27), a decisão da junta militar de adiar as eleições presidenciais que marcariam o restabelecimento do regime civil no país.
O adiamento das eleições presidenciais, marcadas para Fevereiro de 2024, foi anunciado nesta segunda-feira (25) pela junta militar que governa o país desde o golpe do Estado que depôs presidente Ibrahim Boubacar Keïta em 2020.
O porta-voz do governo disse que novas datas para a votação serão comunicadas oportunamente.
As razões invocadas para o adiamento incluem questões relacionadas com a adopção este ano de uma nova Constituição e uma revisão das listas eleitorais.
O porta-voz também citou uma divergência com a Idemia, uma empresa francesa, envolvida no processo de censo.
A coligação de oposição M5-RFP repudiou a decisão unilateral de adiar as eleições, alegando ser imperativo que a junta respeite os seus compromissos.
A Liga Democrática para a Mudança expressou a sua decepção, acrescentando que reprovava e condenava inequivocamente a tentativa da junta de tomar a democracia do Mali como refém.
Segundo a agência Africanews, o partido Yelema considerou a medida de falta de previsão, bem como a incompetência das autoridades e a sua recusa em honrar os seus compromissos.
Por seu turno, o partido Parena disse que a realização de eleições é uma questão de vontade política e que algumas das razões técnicas citadas pela junta poderiam ter sido evitadas.
A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) não reagiu oficialmente ao último anúncio, mas tem pressionado a junta desde 2020 para que devolva o poder aos civis.
A CEDEAO composta por 15 países membros, que proclama o princípio de tolerância zero para golpes de Estado, tem sido confrontada com uma sucessão de golpes de estado desde o primeiro em Bamako, Burkina Faso e Níger, bem como na Guiné.
(AIM)
Africanews/ZT/sg