Beira (Moçambique), 05 Out (AIM) – O Movimento Democrático de Moçambique (MDM), o segundo maior partido da oposição no país, denunciou hoje um suposto incremento de eleitores nos cadernos de recenseamento para as eleições autárquicas de 11 de Outubro próximo.
A denúncia foi feita em conferência de imprensa pelo membro da Comissão Política do MDM, José Domingos, que, na ocasião, exibiu cópias de cadernos onde aparecem eleitores registados em datas fora do prazo de recenseamento, entre outras irregularidades.
Nas cópias apresentadas pelo MDM constam nomes de pessoas que foram inscritos, por exemplo, depois do dia 03 de Junho, data em que terminou o processo.
“Alguns eleitores que constam dos cadernos não se recensearam presencialmente aqui na Beira, mas foram recolhidos os seus dados, incluindo fotografias, e, posteriormente aqui na Beira, foram emitidos cartões. Neste momento em que vos falo, alguns estão a ser entregues esses cartões no Instituto de Ciências de Saúde”, disse a fonte.
Acrescentou que, neste local, estão a ser formados membros das assembleias de voto, na sua maioria professores, separados de outros membros.
“A separação clandestina na formação dos MMVs é ilegal, porque todos os partidos com o assento no parlamento devem ser formados, na mesma sala. Estamos muito atentos a isso”, afirmou.
O membro da Comissão Política do MDM acusou o Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE), ao nível da Cidade da Beira, mas com “conivência”, do STAE provincial, como sendo o responsável pelos incrementos de nomes nos cadernos de recenseamento.
Revelou ainda que algumas pessoas estão sendo trazidas de distritos onde não há autarquias para a cidade da Beira, entre os quais professores, directores, enfermeiros, para votarem nas eleições de 11 de Outubro nesta autarquia.
Segundo Domingos, os cadernos onde se regista o incremento do número de eleitores são os últimos.
Neste contexto, para além de aparecerem nomes de pessoas inscritas fora do prazo, também constam eleitores inscritos em Maio, o que, para o MDM, não faz sentido estarem no último caderno.
No total, são 33 cadernos de recenseamento que o MDM suspeita haver incremento de eleitores.
“Sabemos que os últimos cadernos de cada assembleia na cidade da Beira, província de Sofala, e nas grandes cidades onde o MDM está a governar, estão incrementados de eleitores fora do normal que se esperava”, disse a fonte, para quem isso fará com que “os nossos munícipes não localizem os seus cadernos no dia da votação.”
“Mas já metemos a nossa reclamação aos órgãos competentes”, assegurou.
Especificou que as pessoas trazidas de outros distritos para a Cidade da Beira estão alojadas em residências particulares, alguns estabelecimentos hoteleiros e até instituições de formação profissional.
Explicou ainda que os cartões emitidos ilegalmente não possuem chip, e que os membros do MDM irão controlar.
(AIM)
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