
Unidade de Intervenção Rápida (UIR). Foto arquivo
Nacala (Moçambique), 04 Out (AIM) – A Polícia da República de Moçambique (PRM), a nível do distrito de Nacala, província de Nampula, zona norte, foi forçada a accionar a Unidade de Intervenção Rápida (UIR) para evitar confrontos entre as duas principais formações políticas que concorrem à autarquia local, Frelimo, partido no poder, e a Renamo, maior partido da oposição no país.
O facto ocorreu esta terça-feira (03), no cruzamento de Matibane, onde houve encontro entre caravanas das duas formações políticas, vindas em sentidos opostos, tendo havido troca de mimos entre os membros e simpatizantes. Não aconteceu o pior graças a pronta intervenção da UIR.
A informação foi confirmada hoje (04) pelo comandante Distrital da PRM em Nacala, Sansão Sigaúque, em entrevista concedida a AIM, para dar a conhecer o andamento da campanha eleitoral que arrancou no passado dia 26 de Setembro, movimentando sete formações políticas que almejam ascender ao poder na autarquia local.
“Agora que estamos numa fase crucial da campanha, há uma tendência de quando um partido A está num determinado ponto, o partido B também se desloca ao mesmo ponto. Ontem (terça-feira) quase que tivemos um incidente na zona de Matibane. Estava lá um partido com uma caravana enorme e um outro partido também foi lá. Tivemos que accionar a UIR para não acontecer o pior”, disse.
Explicou que a PRM tomou conhecimento de forma atempada de que uma das caravanas tinha desviado o seu itinerário, previamente traçado, para passar por uma zona onde um outro partido estava a realizar actividades.
“Ficamos a saber que haveria esse cruzamento e como sabemos que os dois partidos movimentam muita gente, colocamos a UIR entre as duas caravanas. Instruímos para que repelissem qualquer tipo de comportamento violento”, disse Sansão Sigaúque.
Outro fenómeno que se vive em Nacala é a intimidação e provocação entre membros da Frelimo e Renamo. Jovens dos dois partidos têm passado em frente da delegação do partido concorrente para proferir impropérios, situação que pode provocar confrontos físicos. Como resultado desse comportamento, já há um jovem detido. Foi aberto um auto que corre seus trâmites legais.
Há também o caso, de um membro de Renamo, que arremessou pedras contra a viatura de um membro da Frelimo, tendo criado danos materiais. O caso culminou com julgamento e condenação do infractor.
“Há jovens indisciplinados que abandonam as suas caravanas para seguir outros partidos a fim de criarem confusão. Eles abandonam seus cabeças-de-lista e a escolta e vão provocar outros partidos políticos. Nós, como PRM, quando nos apercebemos da situação, temos chamado atenção para que abandonem esse tipo de comportamento”, disse.
Fazendo um balanço dos primeiros sete dias da campanha eleitoral, a fonte referiu que, desde o arranque do processo, a PRM registou dois casos de confrontos físicos nos bairros de Muanona e Mucone, envolvendo jovens, e nas investigações feitas apurou-se que os mesmos agiam por emoção, porque nem sequer tem idade eleitoral.
Outra irregularidade que se regista em Nacala é o uso de crianças para sabotagem e vandalização de material de propaganda de partidos adversários, tendo a PRM já identificados dois casos de menores de 10 anos que, na calada da noite praticam essas acções instrumentalizados pelos seus pais, membros de partidos políticos.
Antes do arranca da campanha eleitoral, a PRM a nível da cidade portuária de Nacala, reuniu-se com os partidos políticos no qual explicou as regras do jogo e partilhou a estratégia da polícia para garantir a ordem e tranquilidade ao longo do processo.
(AIM)
Paulino Checo (PC)/FF