Beira (Moçambique), (AIM) – A campanha eleitoral para as VI eleições autárquicas, que terão lugar a 11 de Outubro corrente, caminha rapidamente para o fim marcada pela “ausência” da Renamo, na cidade da Beira, capital da província central de Sofala, em Moçambique.
A Renamo, o maior partido da oposição em Moçambique, decidiu embarcar por uma “campanha eleitoral silenciosa” quase que não se faz sentir, devido a ausência do seu material de propaganda.
Efectivamente, apenas se fazem sentir as campanhas da Frelimo, partido no poder em Moçambique, e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), o segundo maior partido da oposição.
É verdade que, de um modo geral, a campanha na cidade da Beira é muito menos agressiva comparativamente a capital moçambicana onde, em alguns casos, o material eleitoral é colocado pelos concorrente de uma forma indiscriminada nos espaços públicos.
No caso da Beira, o material da campanha está presente nas bandeiras dos principais concorrentes afixados nos postes de iluminação e são isolados os casos de uso de paredes de edifícios e outras infra-estruturas.
Questionado pela equipe de reportagem da AIM na sexta-feira (06) sobre a “falta de visibilidade” da Renamo, o delegado político da Renamo na cidade da Beira, Daniel João Daniel, justificou não fazer muito sentido desperdiçar os parcos recursos que Moçambique dispõe em campanhas eleitorais ‘exibicionistas’.
“Somos um país que está a sofrer. A população está a sofrer devido aos parcos recursos, então este exibicionismo é desnecessário. Por exemplo, nós vemos partidos políticos que colocam bandeiras desde a cidade de Dondo até aqui”, disse. (Dondo dista cerca de 30 quilómetros da cidade da Beira).
Convidado a fazer uma avaliação da presente campanha, Daniel diz que comparativamente aos anos anteriores está a decorrer de uma forma mais ordeira pois são raros os casos de violência eleitoral apesar da ocorrência de incidentes isolados.
Advertiu que ainda é muito cedo para baixar a guarda, pois os conflitos não surgem a toda a hora. “Surgem naqueles momentos onde se julga que aqui vai produzir-se algum resultado que vai beneficiar ou prejudicar um determinado partido politico. Isso acontece na fase de recenseamento e, eventualmente, na fase de votação’.
Sobre a estratégia adoptada para mobilizar o eleitorado, Daniel diz que a Renamo esteve centrada nos cinco postos administrativos do município.
“Nós decidimos que cada dirigente da Renamo estaria num posto administrativo com a missão de trabalhar com o cabeça-de-lista. Por cada semana organizávamos uma caravana para fazermos uma passeata. Mas a campanha centrou-se no contacto interpessoal e porta-a-porta”, disse Daniel.
Refira-se que, actualmente, o município da Beira está sob a gestão do MDM, que tem como cabeça-de-lista, Albano Carige, que concorre para sua própria sucessão.
Na Beira, participam nas presentes eleições autárquicas oito concorrentes, incluindo o MDM, Renamo, Frelimo, Associação para o Desenvolvimento da Criança e Jovem na Comunidade, Coligação Aliança Democrática, Movimento Nova Democracia, Associação dos Trabalhadores Informais de Moçambique e Associação de Deficientes Moçambicanos.
(AIM)
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