
Nacala, 07 de Out (AIM) – OS Chefes de Estado da Zâmbia, Hakainde Hichilema, e do Malawi, Lazarus Chakwera, consideram o corredor logístico de Nacala, província nortenha de Nampula, como um catalisador do desenvolvimento económico regional.
O corredor logístico de Nacala contempla o porto local, infraestrutura reabilitada, expandida e modernizada.
Suporta a visão dos dois presidentes, a assinatura, hoje, dos Acordos Tripartidos entre Moçambique, Malawi e Zâmbia, designadamente, acordo Institucional do Corredor de Desenvolvimento de Nacala e Acordos Rodoviário e Ferroviário, enquadrados no âmbito do projecto de Comércio e Conectividade da África Austral, implementado em Moçambique, com objectivo de criar mecanismos de aumento do comércio nos três países e melhorar a integração regional.
Os dois estadistas convergiram nessa abordagem, esta sexta-feira, em Nacala Porto, na reinauguração do porto local, após a sua reabilitação, expansão e modernização.
As obras incidiram no aumento de cais, alargamento das estradas de acesso, construção de edifícios para subestações elétricas, bem como a instalação de equipamentos modernos para manuseamento de carga e toda a logística ferro-portuária, projecto financiado, a título de empréstimo concessionário, pelo Japão no valor de 249 milhões de USD.
O estadista malawiano, cujo país usa o Porto de Nacala para importação e exportação de produtos como combustíveis, clínquer, matéria-prima para produção de cimento de construção, o trigo, fertilizantes, arroz, óleo vegetal, entre outras mercadorias, considera o corredor de Nacala e, em particular, como uma infraestrutura chave para a conectividade do Malawi com a região e o Mundo.
Chakwera não tem dúvidas de que a infraestrutura está a impulsionar o crescimento económico na região da SADC e a facilitar o escoamento de bens provenientes do Malawi, Zâmbia e da região norte de Moçambique, através do corredor de Nacala para exportação com destino a diversos pontos do mundo.
Estes países estão ligados através de sistemas ferroviários desde o norte de Moçambique, passando pelo Malawi, até Zâmbia, através do troço ferroviário Chipata-Mchinji, com ligação rodoviária igualmente.
“A importância do porto é evidenciada pelo desenvolvimento econômico que o mesmo continua a gerar na região, gerando eficiência no transporte de bens e pessoas e serviços. Já estive aqui antes e é agradável ver o desenvolvimento que o porto está a gerar com o incremento da sua capacidade de manusear carga. Por isso, Malawi vai continuar no centro de todas as actividades ao redor deste porto”, disse o estadista malawiano.
Para Chakwera, os avanços só foram possíveis graças ao Governo Moçambicano, liderado pelo Presidente Nyusi, que deu o seu máximo para a reabilitação e modernização da infra-estrutura.
Disse apreciar a forma como o porto tem servido seu país ao longo de anos, transportando bens que ajudam a alavancar a economia local.
“É muito raro em África ver países com este tipo de conectividade, quero agradecer ao Presidente Nyusi por isso”, enalteceu.
Com o porto já reabilitado e com maior impacto económico para os três países, Malawi pede agora ao governo moçambicano para acelerar os projectos de energia em carteira entre os dois países, tendo em conta que o país vizinho enfrenta um défice energético, agudizado pelas mudanças climáticas que reduziram cerca de um terço da capacidade de geração de energia, situação que afecta o uso doméstico.
Ainda hoje, o Presidente do Malawi participou do comissionamento do comboio de combustível para seu país.
“Agora, a nossa expectativa é que o corredor logístico de Nacala impulsione o sector energético”, salientou.
Por sua vez, o Presidente zambiano, Hakainde Hichilema, deu maior ênfase ao papel que o corredor logístico de Nacala joga, pois, com o porto nas condições actuais, passa a desempenhar nas trocas comercias entre Moçambique, Zâmbia e Malawi, impulsionando projectos estruturantes para o desenvolvimento dos três países.
“O porto foi aprimorado e isso é importante para os três países, pelo papel que passa a jogar nos projectos estruturais de desenvolvimento. Isso mostra a importância deste corredor para os países do interland. Com esta iniciativa, vamos incrementar nossas importações e exportações na região”, disse o estadista zambiano.
Segundo Hichilema, os processos de importação e exportação ganham mais eficiência e eficácia, podendo gerar benefícios para as economias da região, pelo nível da grandeza que o porto se tornou hoje em dia.
Exortando ao governo, para que os mesmos investimentos tenham lugar no porto da Beira, província de Sofala, infra-estrutura que também joga papel importante para o comércio no interland.
Mostrou-se grato a Moçambique, pelos projectos que ajudam na conectividade entre os dois países, dando exemplo da recém rota Maputo-Lusaka, lançada pelas Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), que em pouco tempo já mostra sinais de crescimento rápido em termos de demanda de passageiros.
(AIM)
Paulino Checo/dt
(AIM)