Nacala, 13 Out (AIM) – A contagem de votos e transporte de urnas até a sede dos órgãos de administração eleitoralmpara o apuramento intermédio foi um processo muito turbulento na cidade de Nacala, que levou as autoridades locais a procurar o apoio da Polícia da República de Moçambique (PRM).
Os constrangimentos foram sentidos nas zonas periféricas na sua maioria sem corrente eléctrica, onde se assistiu a abertura de grandes crateras nas estradas, queima de pneus e arremesso de pedras e garrafas para impedir a circulação de viaturas que tinham a missão de evacuar as urnas contendo votos para as instalações do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE) a nível daquele distrito.
Num cenário descrito como desolador, a polícia foi obrigada a recorrer aos meios que a lei confere, que é o uso da força, como em ocasiões anteriores, para dispersar as populações e assegurar o transporte das 206 mesas espalhas em 31 postos de votação.
A informação foi dada hoje, em entrevista a AIM, pelo comandante distrital da PRM, João Sigaúque, fazendo um balanço do sobre os principais incidentes ocorridos na autarquia de Nacala Porto, onde se registou um ambiente tenso e violento na campanha eleitoral e contagem de votos.
“Crianças e jovens aglomeravam-se nas zonas periféricas. As pessoas até paravam nas janelas das assembleias para alegado controlo de voto. Assistimos arremessos de pedras e garrafas contra as autoridades policiais mas, felizmente, conseguimos gerir a situação e evacuamos junto com STAE todo material de votação para a proveniência”, disse o comandante.
“Lamentamos a abertura de covas ao longo das vias para impedir a circulação dos meios policiais. Tivemos muitas dificuldades para chegar a alguns pontos”, vincou.
Segundo a fonte, membros da população chegaram ao extremo de colocar barricadas nas vias, incluindo trocos de árvores frondosas. Também queimaram pneus algo que perturbou o trabalho das autoridades. Para restaurar a ordem, a PRM viu-se forçada o usar meios de dispersão de massas, tais como gás lacrimogéneo e balas de borracha.
A acção da polícia permitiu o transporte de urnas de votos para o STAE distrital e, como resultado, os órgãos eleitorais locais já processado acima de 90 por cento dos votos, correspondente a 190 mesas das 206 que haviam sido instaladas, faltando apenas 16 mesas por processar, correspondente a pouco mais de sete por cento.
Das mesas processadas, o STAE distrital apurou parciais que dão vitória a Frelimo com 40.024 votos que correspondem a 55,91 por cento, a Renamo com 28.196 votos que corresponde a 40.038 por cento e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM) com 1.702 votos, (2,38 %).
A informação foi confirmada pelo Presidente da Comissão Distrital de Eleições a nível de Nacala Porto, em entrevista a AIM, tendo igualmente assegurado que, decorre a centralização dos resultados, produção do mapa final e o apuramento intermédio que deverá culminar com o anúncio hoje dos resultados e envio para STAE provincial Nampula.
“Pensamos que no final do dia vamos anunciar os resultados e mandar os das para Nampula”, disse.
Refira-se que, o cabeça-de-lista da Renamo, Raul Novinte, já disse nas redes sociais que não reconhece os resultados divulgados pelos órgãos eleitorais locais e promete contestar em instâncias competentes.
Em Nacala, a Frelimo já festeja a vitória, ainda que timidamente.
(AIM)
Paulino Checo