Maputo, 16 Out (AIM) – O Programa Mundial de Alimentação (PMA) defende a reformulação dos sistemas alimentares para conter a fome e mitigar a crise climática.
Para avançar na luta contra a fome, segundo o PMA, o mundo precisa tornar as comunidades em situação de risco menos vulneráveis aos choques climáticos e outras emergências.
“Se quisermos romper o ciclo interminável de crise e resposta, precisamos abordar as causas da fome por meio de projectos de longo prazo que protejam as comunidades dos impactos da crise climática”, diz Volli Carucci, Chefe de Resiliência e Sistemas Alimentares do PMA, em comunicado de imprensa por ocasião do Dia Mundial de Alimentação, que se assinala nesta segunda-feira.
Aliás, cerca de 345 milhões de pessoas enfrentam insegurança alimentar aguda no mundo, e a comunidade humanitária se esforça para responder às necessidades.
“Tornar as comunidades vulneráveis mais resilientes para reduzir as necessidades é tão importante quanto responder às crises quando elas surgem. E os extremos climáticos estão entre as principais causas da fome global”, destaca o documento, acrescentando que “tornar os sistemas alimentares mais resilientes ao clima envolve uma série de abordagens diferentes e investimento contínuo”.
No documento, o PMA explica que Moçambique tem mais de 3,14 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar severa.
“Precisamos de mais investimentos em programas que criem meios de sustento resilientes para que as pessoas resistam aos impactos da crise climática e de outros choques que enfrentamos de forma cíclica”, afirma Antonella D’Aprile, directora nacional e representante do PMA em Moçambique.
“Ao mesmo tempo, nossos programas devem proteger e regenerar o ambiente para criarmos um futuro mais sustentável e reduzir as emergências humanitárias a longo prazo”, acrescenta.
Em Moçambique, o PMA implementa programas que visam melhorar os sistemas alimentares como um todo, ou seja, desde a produção, processamento, distribuição até o consumo dos alimentos.
Mais de 100 mil pequenos agricultores, em sua maioria mulheres, recebem treinamento em agricultura resiliente ao clima, informações climáticas, gestão de perdas pós-colheita, processamento de alimentos e ferramentas de acesso aos mercados consumidores e micro-seguro climático.
Na região norte, por exemplo, o PMA apoia com treinamentos, insumos agrícolas e de pesca mais 160 mil pessoas afectadas pelo conflito.
O PMA também apoia o trabalho de instituições nacionais como, Instituto Nacional de Meteorologia (INAM) e o Instituto Nacional de Gestão de Risco de Desastres (INGD) no desenvolvimento e operacionalização de sistemas de aviso prévio ligados a implementação de acções antecipadas, que podem ajudar as comunidades a melhor protegerem-se dos impactos causados por choques climáticos.
(AIM)
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