Maputo, 24 Out (AIM) – Mocambique explora actualmente cerca de 5,5 milhões de hectares de terras araveis, que corresponde a uma area inferior a 20 por cento dos cerca de 30 milhões de hectares disponiveis no país.
A informacao foi partilhada na manhã de hoje, em Maputo, pelo representante da Associação Moçambicana de Economistas (AMECOM), Helton Leonardo, durante a Conferência Nacional da Agricultura de Pequena Escala em Moçambique, Desafios e Oportunidades.
Leonardo lamenta o facto de existirem no país muitas terras ociosas e as que estao sendo exploradas é com base em métodos arcaicos.
“Nós temos mais de 30 milhões de hectares para o cultivo no país e estamos a explorar menos de 20 por cento deste sector, ou seja em torno de 5,5 milhões de hectares. Isso significa que nós ainda não exploramos a nossa terra e a maior parte desta exploração tem sido praticada de forma manual”, referiu.
Disse que existe um grande fosso perante o contributo que a agricultura no o PIB nacional contra o que recebe do Orçamento de Estado.
“A agricultura em Moçambique contribui em média com 23 por cento para o PIB, mas o orçamento de Estado para o investimento neste sector tem sido ínfimo, ou seja em torno de quatro por cento, o que significa que menos de 20 por cento do contributo deste sector não tem sido investido no mesmo”, afirmou.
Aliás, 95 por cento da prática da agricultura no país é dos pequenos agricultores e apenas cinco por cento é comercial.
“Um dos principais desafios que eu posso fazer aqui menção é a ajuda técnica e metodológica, mesmo depois da independência, dos vários projectos, das várias políticas que foram implementadas o sector da agricultura permanece estático, ou seja os níveis de produtividade deste sector são baixos, os pequenos produtores precisam de insumos , apoio geral a nível de logística”, apontou.
O painelista apontou igualmente que a situação da agricultura em Moçambique é caracterizada por investimentos em diversos projectos, mas sem sustentabilidade dos mesmos, pelo que deve ser melhor capitalizada.
“Em países como Moçambique, países em via de desenvolvimento, a agricultura deve ser a base de desenvolvimento”, concluiu.
(AIM)
Custódio Cossa (CC)