
Maputo, 25 Out (AIM)- Sete postos de travessia dos nove existentes na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, foram reabertos, depois de dois anos encerrados devido aos ataques terroristas, segundo avançou o Serviço Nacional de Migração (SENAMI).
Os postos fronteiriços estão localizados nos distritos de Mueda, Nangade, Palma e Mocímboa da Praia, nas fronteiras terrestre e marítima com a República da Tanzania.
Ivo Sampanha, porta-voz do SENAMI em Cabo Delgado, disse tratar-se das fronteiras de Namatil, Negomano, Ngapa, Namoto, Nangade-Sede, Palma e vila de Mocímboa da Praia, obrigadas a interromper as actividades na sequência da intensificação dos ataques terroristas na região.
A reabertura ao movimento migratório, segundo a fonte, citada hoje pelo “Notícias”, resulta da perseguição de terroristas levada a cabo pelas Forças de Defesa de Segurança (FDS) e congéneres do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), que tem criado condições para o regresso das populações.
Sampanha anotou que a medida está a impulsionar a travessia entre os dois países, com uma média de quatro mil pessoas a cruzarem a fronteira por mês, contra cerca de três mil anteriores.
Segundo a fonte, antes da melhoria da situação de segurança o movimento nestes postos era quase inexistente.
Informou que, nas suas incursões, os terroristas vandalizaram as infra-estruturas onde funcionavam os postos de travessia e “neste momento ainda não foram reabilitadas, mas fomos obrigados a retomar os trabalhos, porque o SENAMI estava a ser pressionado pela população de dois países”.
O porta-voz do SENAMI indicou que em Namoto, onde se regista o maior fluxo, atravessam mais de 1500 pessoas.
“Este posto foi o último a ser reaberto e acreditamos que nos próximos meses o número poderá aumentar”, acrescentou.
Sampanha garantiu existirem fortes medidas de segurança nas fronteiras dos dois países e as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique e Tanzania adoptaram um modelo único de controlo para evitar circulação de viajantes ligados aos terroristas, que actuam em alguns distritos de Cabo Delgado desde finais de 2017.
No que tange à entrada de imigrantes ilegais, anotou que nos últimos três anos o fluxo reduziu significativamente em Cabo Delgado, por um lado devido à deterioração da segurança e, por outro, à movimentação nesta parcela do país de grupos terroristas e o controlo cerrado das autoridades.
“Contudo, temos repatriado à procedência um número significativo de ilegais. Trata-se de cidadãos estrangeiros que entraram e/ou permaneceram no território nacional ilegalmente, para além dos que ultrapassam o período de estada autorizado”, explicou.
(AIM)
FF