
Eleicoes autarquicas, votacao, Ossufo Momade. Foto de Ferhat Momade.
Maputo, 25 Out (AIM) – Os líderes das duas maiores forças da oposição em Moçambique não aceitam os resultados eleitorais anunciados pelos órgãos de administração eleitoral a nível distrital.
Ossufo Momade, presidente da Renamo, o maior partido da oposição, e Lutero Simango, do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), o segundo maior da oposição, reuniram-se hoje, em Maputo, a capital moçambicana, para uma estratégia comum contra uma alegada fraude eleitoral.
Os presidentes dos dois partidos garantem que não vão enveredar pela guerra para resolver a contenda pós-eleitoral.
Contudo advertem que não vão aceitar os resultados anunciados pelos órgãos competentes, a nível local.
Entendem que os resultados não representam a vontade popular.
Os dois movimentos políticos frisam que a sua luta será apenas política e por via dos canais apropriados como forma de salvarem a democracia moçambicana que viu seus pilares atacados no último pleito “marcado por várias irregularidades que impactaram directamente nos resultados finais, alterando a verdade eleitoral e a vontade dos eleitores.”
Para Ossufo Momade, a “fraude eleitoral” iniciou logo no processo de recenseamento.
Momade acusa as autoridades eleitorais de terem orientado o processo no seio de irregularidades propositadas para alegadamente impedir as pessoas de se recensearem, principalmente nas zonas de maior influência da oposição em Moçambique.
A situação, segundo a fonte, veio a ser consumada no escrutínio do dia 11 de Outubro, através de “enchimentos de urnas e falsificação de editais, favorecendo o partido no poder.”
“Não pretendemos voltar à guerra. A nossa luta é pacífica e será aqui na cidade por via de política. Os órgãos de administração eleitoral alteraram os resultados das eleições e isso não vamos aceitar. Avisamos desde o processo do recenseamento sobre as manobras. Estou com o Presidente do MDM para encontrar forma de salvar a democracia”, disse Ossufo Momade.
O MDM mantem-se aberta para uma coligação com a Renamo para “atacarmos” os próximos pleitos eleitorais
“Como sabem, antes das eleições manifestamos abertura para coligação e continuamos abertos. É preciso lutarmos pela democracia em Moçambique”, disse Simango.
Os dois líderes convidaram todos os amantes da paz em Moçambique e não só a se juntarem à Renamo e MDM pela verdade eleitoral.
(AIM)
PC/mz