Maputo, 25 Out (AIM) – A Organização da Mulher Moçambicana (OMM) repudia as manifestações violentas promovidas por alguns partidos políticos, em protesto contra os resultados das VI Eleições Autárquicas e a instrumentalização de crianças e jovens.
A mensagem de repúdio foi expressa pela secretária-geral da OMM em conferência de imprensa havida hoje, em Maputo, que tinha por objectivo apelar aos moçambicanos para se distanciarem da onda de manifestações promovidas por alguns partidos políticos, em protesto aos resultados do escrutínio de 11 de Outubro corrente.
“Nós como mães temos registado algumas manifestações violentas, violentando os munícipes, os eleitores e nós condenamos estas manifestações e, acima de tudo, a instrumentalização das crianças sem idade eleitoral, crianças que não sabem porquê estão a marchar”, disse.
Aliás, disse Niquisse, “instrumentalizam jovens, embebedam-nos para falar coisas que não têm sentido. Queremos condenar algumas formações políticas que estão a fazer isso”
Niquisse aproveitou a oportunidade para exortar os partidos políticos a respeitarem a lei eleitoral enquanto aguardam tranquilamente pela decisão das autoridades competentes.
“Temos que respeitar e temos que saber que num processo eleitoral temos órgãos competentes. Temos órgãos eleitorais, temos instituições da justiça e as leis eleitorais ditam que quando há qualquer contencioso podemos interpor um recurso”, explicou.
A fonte também afirma não fazer sentido uma formação política interpor um recurso para, no dia seguinte, estar a marchar e organizar manifestações. É sabido que a resposta não é imediata, pois leva algum tempo.
Niquisse apela ainda à contribuição das mulheres para consciencializarem as crianças e jovens para não fazerem parte de manifestações sem fundamento.
“Vamos falar com os nossos maridos, nossos jovens, nossas crianças e dizer não adiram as manifestações. Temos que aderir a um movimento consciente e com um significado, e não aderir apenas porque alguém disse vamos manifestar “disse.
As eleições tiveram lugar nas 65 autarquias existentes em Moçambique. Os últimos resultados indicam claramente uma vitória da Frelimo em 64. A cidade da Beira é o único município onde a oposição conseguiu vencer e o feito coube ao Movimento Democrático de Moçambique (MDM), a terceira maior formação política no país.
A Renamo, o maior partido da oposição não conseguiu vencer em nenhum município. Refira-se que os resultados não são definitivos pois ainda carecem da validação do Conselho Constitucional.
Fundada a 16 de Março de 1973 durante a guerra da independência de Moçambique OMM é um braço do Partido Frelimo, surgiu como uma parte civil não militarizada da Frente da Libertação de Moçambique.
(AIM)
ZT/sg