Marraquexe, 26 Out (AIM) – Centenas de manifestantes residentes na cidade marroquina de Amizmiz protestaram na Terça-feira contra as autoridades locais, alegando falta de assistência financeira e negligência nos acampamentos, semanas depois que o terramoto destruiu as suas casas.
Os manifestantes são as vítimas do terramoto que se abateu sobre Marrocos a 8 de Setembro, tendo fustigado severamente a cidade de Amizmiz, localizada a 55 quilómetros a sul de Marraquexe, destruindo completamente as residências.
Após o terramoto, as autoridades acolheram famílias deslocadas em acampamentos de tendas, tendo igualmente prometido dar assistência financeira para ajudar a reconstruir as suas casas.
Contudo, os manifestantes alegam que não podem continuar a viver nos acampamentos, pois as condições estão a deteriorar-se, com fortes chuvas e ventos a atingirem a região e as temperaturas a descerem à medida que o Inverno se aproxima.
Após uma concertação, as autoridades prometeram acelerar a ajuda, incluindo o fornecimento de novas tendas para as famílias que não tenham recebido nenhuma anteriormente e para aquelas cujas tendas foram danificadas pelo mau tempo.
Também se comprometeram a melhorar o saneamento nos acampamentos e a proporcionar aos deslocados o acesso a água e energia.
O rei de Marrocos, Mohammed VI, anunciou no mês passado um fundo de cerca 120 mil milhões de dirhams marroquinos equivalente a 11,6 mil milhões de dólares ao longo de cinco anos para reconstruir as regiões afectadas pelo terramoto e apoiar mais de 4,2 milhões de pessoas afectadas.
O plano inclui o compromisso de conceder 140 mil dirhams (38. 116 dólares norte-americanos) em ajuda à reconstrução a cada família com uma casa desabada e 80 mil dirhams (21.780 dólares norte-americanos) para cada família cuja casa tenha sido parcialmente danificada.
Segundo a agência de notícias Africanews, no início deste mês, o governo disse que começou a desembolsar 2.500 dirhams em assistência mensal a cada família afectada, como parte de um programa de ajuda financeira com a duração de um ano.
O governo de Marrocos enfrentou críticas de alguns cidadãos na sequência do terramoto, depois de ter recusado algumas ofertas de ajuda internacional, apesar de milhares de pessoas necessitarem desesperadamente de assistência urgente.
“Penso que é realmente um erro insistir na soberania e no orgulho nacional. Este não é o momento de recusar porque a ajuda é essencial, mesmo os países desenvolvidos aceitam ajuda externa em situações de desastres”, disse o activista Maati Mounjib.
(AIM)
Africanews/ZT/dt
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2024-08-10