
Membros e simpatizantes da Renamo tentam impedir equipe da Televisão Miramar de cobrir sua marcha. Imagem MISA
Maputo, 27 Out (AIM) – O MISA Moçambique condena o ataque contra jornalistas perpetrado por grupos de manifestantes, nesta sexta-feira, na cidade de Maputo, em repúdio aos resultados das eleições autárquicas de 11 de Outubro.
Os resultados foram divulgados, quinta-feira pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) e dão vitória a Frelimo, partido no poder em Moçambique, em 64 das 65 autarquias existentes no país
“MISA Moçambique tomou conhecimento, através de um vídeo posto a circular nas redes sociais, que um grupo de manifestantes, concentrado na praça dos trabalhadores em Maputo, atacou, pela manhã do dia de hoje (27 de Outubro), uma viatura da TV Miramar que transportava uma equipe de repórteres que se fazia ao local”, lê-se num comunicado de imprensa emitido hoje por aquela organização.
Com base nas imagens, o MISA conta que uma equipe da Televisão Miramar foi imediatamente obrigada a retroceder a marcha, visualizando manifestantes que embatiam violentamente na viatura.
“Conforme o Director de Informação da TV Miramar, ainda não foram apurados os danos causados à viatura daquela estação televisiva, acto que estava em curso no momento em que o MISA tomou conhecimento da ocorrência”, refere o comunicado.
A nota esclarece que o MISA também foi informado de que a equipe de reportagem da TVM teria passado pela mesma acção de violência dos manifestantes na Praça dos Trabalhadores, em Maputo.
Segundo confirmou o Director de Informação da TVM, a vítima foi o repórter de imagem, presente no local, que foi cercado pelos manifestantes que gritavam “rua, rua, rua”, obrigando-lhe a sair sob ameaças de violência física, tendo sido escoltado pelos agentes da PRM presentes no local até a um lugar seguro.
“O MISA-Moçambique condena este e quaisquer actos de violência contra os jornalistas e os seus equipamentos de trabalho”, sublinha.
Informa, igualmente, a todos os cidadãos nacionais que, independentemente do posicionamento editorial dos órgãos de informação, eles têm o direito de reportar os eventos, devendo-se respeitar o seu trabalho e evitar usar meios violentos para mostrar qualquer forma de descontentamento pelo trabalho por si realizado.
“As manifestações de qualquer acto, seja como os resultados do processo eleitoral, assim como com sobre a postura da média na cobertura sobre assuntos políticos devem ser feitas através de vias pacíficas, sem a coerção física nem destruição de bens”, recomenda.
O MISA Moçambique apela aos órgãos de informação e aos respectivos jornalistas a redobrarem medidas de segurança e a agirem com maior zelo ao cobrirem eventos caóticos.
(AIM)
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