Maputo, 29 de Out (AIM) – A Renamo, maior partido da oposição em Moçambique, lamenta a morte, em número não especificado, de pessoas, incluindo crianças, em conexão com as manifestações ocorridas após o anúncio, quinta-feira (27), dos resultados das eleições autárquicas de 11 de Outubro corrente.
Os resultados divulgados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) dão vitória à Frelimo em 64 das 65 autarquias existentes no país.
Em protesto contra os resultados. Renamo promoveu, Sexta-feira (28), uma série de manifestações em algumas autarquias, chegando a haver alguns confrontos entre os manifestantes e a Polícia, que teve de intervir para conter actos de vandalização e saques em estabelecimentos comerciais.
Na manhã deste Domingo, o presidente da Renamo, Ossufo Momade, convocou uma conferência de imprensa para partilhar o parecer do partido com relação aos últimos acontecimentos que se seguiram ao anúncio dos resultados eleitorais.
Na ocasião, Momade criticou a actuação da polícia, vincando que a mesma “representa um autêntico aniquilamento da democracia e dos princípios que devem guiar a actuação de uma polícia republicana, apartidária e profissional.”
Segundo o Presidente da Renamo, o registo de tais mortes e feridos deu-se nas autarquias da cidade de Nampula e Nacala Porto (norte), Quelimane (zona centro) e na cidade de Maputo, a capital moçambicana.
“Nesta nossa comunicação, queremos manifestar o nosso sentimento de pesar pela morte e ferimentos dos nossos concidadãos e endereçamos às famílias enlutadas as nossas mais sentidas condolências”, disse.
Denunciou, igualmente, o que considerou de perseguição política e o reaparecimento de suposto esquadrão de morte, para além de detenções arbitrárias e vasculhas nos edifícios das delegações políticas da Renamo.
O partido lamenta, também, o silêncio das instituições do Estado como a Procuradoria-Geral da República (PGR) e, sobretudo, do Chefe do Estado moçambicano, Filipe Nyusi, um silêncio que, no seu entender, “representa cumplicidade e confirmação de ordens expressas para desvirtuar os resultados do dia 11 de Outubro”.
Momade reafirmou, uma vez mais, que a Renamo já não quer voltar à guerra e, por isso, as marchas pacíficas continuarão até que “seja reposta a verdade eleitoral”.
“Nós, Moçambicanos, queremos paz. Queremos uma democracia cujo alicerce é o respeito dos direitos humanos e a realização das eleições livres, justas e transparentes”, sublinhou
(AIM)
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