Maputo, 30 Out (AIM) – As raparigas e mulheres jovens em Moçambique vão ter maior acesso a oportunidades de educação e empoderamento económico graças ao recém-aprovado Programa de Empoderamento e Resiliência das Raparigas da África Oriental, também conhecido pelo seu acrónimo (EAGER).
Este novo programa regional, aprovado a 28 de Setembro passado, impulsionará a educação e os rendimentos de raparigas e mulheres, ao mesmo tempo em que fortalecerá a capacidade institucional nos países beneficiários em implementar políticas de igualdade de género.
“O programa EAGER reúne países que enfrentam desafios semelhantes no empoderamento de raparigas e mulheres, e será implementado em fases distintas”, refere um comunicado do Banco Mundial enviado hoje (30) à AIM.
Segundo a fonte, Madagáscar e Moçambique são os dois primeiros países a participarem nesta iniciativa regional, recebendo cada um o equivalente a 180 milhões e 200 milhões de dólares norte-americanos em financiamento da Associação Internacional de Desenvolvimento (IDA), respectivamente.
A União Africana (UA) servirá como a instituição regional de apoio ao programa.
“Esta é uma iniciativa inovadora que ajudará a alcançar impacto em escala, beneficiando directamente milhões de raparigas, mulheres e partes interessadas na região. O programa procura igualmente criar condições institucionais necessárias para capacitar ainda mais raparigas e mulheres”, disse Boutheina Guermazi, directora para a Integração Regional, África e Oriente Médio no Banco Mundial, citada no comunicado.
Na sua primeira fase, o programa EAGER apoiará directamente mais de dois milhões de raparigas a permanecerem ou regressarem à escola, e permitirá que 160 mil mulheres aumentem a sua produtividade no mercado de trabalho em Moçambique e Madagáscar.
De acordo com o Banco Mundial, o programa também alcançará mais de seis milhões de agentes de mudança, incluindo líderes tradicionais, pais e rapazes, através de campanhas de mudança de comportamento projectadas para mudar as normas de género nos dois países.
“O programa aumentará a capacidade de 26 mil administradores locais, líderes comunitários e prestadores de serviços, para que estes possam implementar eficazmente reformas em matéria de igualdade de género”, especifica o comunicado.
Segundo o Banco Mundial, na África Oriental e Austral, mais de 40 milhões de raparigas não frequentam a escola e 55 milhões de raparigas e mulheres jovens se casam antes dos 18 anos.
Aponta que esta falta de acesso a recursos e poder de decisão durante a adolescência conduz muitas vezes a uma trajectória de baixa produtividade, deixando as excluídas do mercado de trabalho ou relegadas a empregos de baixa qualidade na idade adulta, contribuindo assim para uma significativa disparidade de género nos rendimentos do trabalho.
“É necessário um envolvimento centrado no ser humano para abordar as causas profundamente enraizadas do desempoderamento das mulheres. Este é um esforço multissectorial que engloba educação, saúde, emprego e protecção social, reconhecendo a forte inter-relação dessas dimensões no empoderamento das mulheres”, disse Sara Troiano, Líder da Equipa de Tarefa do EAGER, enfatizando a necessidade de uma abordagem holística.
(AIM)
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