Maputo, 03 Nov (AIM) – A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) manifestou hoje (03) a sua profunda preocupação e repúdio face a onda de raptos que continua a afectar a classe empresarial no país.
Neste contexto, a CTA defende que é preciso imprimir mudanças profundas tanto na abordagem das autoridades policiais contra este mal, bem como no quadro legal vigente.
Em comunicado de imprensa, a CTA destaca o último caso ocorrido na passada quarta-feira na cidade de Maputo, vincando que a preocupação é ainda maior pelo facto de não haver nenhum esclarecimento sobre os contornos dos raptos anteriores, o que alimenta a possibilidade dos mesmos autores desenvolverem estas acções maléficas, continuamente.
“Entendemos que é preciso imprimir mudanças profundas tanto na abordagem da Polícia da República de Moçambique (PRM) contra este mal, bem como no quadro legal vigente, tornando a sua moldura penal mais severa e sem possibilidade de pagamento de caução”, propõe.
De outra forma, segundo a CTA, os criminosos continuarão sentindo algum conforto no binómio custo/benefício, sendo necessário passar a informação de que o Estado e a sociedade não toleram este tipo legal de crime.
“É assustador, ainda, o facto de estes crimes ocorrerem nos arredores da cidade capital, locais tidos como de maior circulação e actuação da PRM, que é o garante de protecção e segurança públicas; entretanto, os criminosos vêm demonstrando a sua livre actuação e à luz do dia”, lamenta a CTA.
Entendem os empresários que, “esta situação não pode continuar como está, pois, afecta de forma extremamente negativa o tecido económico do país, bem como impacta negativamente nas decisões dos potenciais investidores, induzindo à saída de capitais, reflectindo-se na perda de postos de trabalhos e capacidade de geração de rendas.”
Adicionalmente, segundo a CTA, a ocorrência de raptos torna o país inseguro para a atracção de turismo.
“No quadro do Diálogo Público-Privado, a CTA reitera o seu compromisso de continuar a dialogar, de forma incansável, com o Governo para identificar abordagens harmonizadas, na busca de soluções que contribuam para a mitigação deste fenómeno e de outros que afectam a tranquilidade e segurança públicas”, assegura.
A organização empresarial acrescenta, que é, igualmente, necessário repensar no modelo de abordagem da PRM e Forças de Defesa e Segurança no combate contra os raptos e o sector privado continua acreditando que a proposta de operacionalização efectiva da Unidade Anti Raptos e de outras propostas submetidas ao Governo são o ponto de partida para a erradicação deste fenómeno que tem impactado o ambiente de negócios no País.
(AIM)
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