
Olga Utxavo da EDM fala das energias renovaveis. Foto de Ferhat Momade
Maputo, 05 Nov (AIM) – A Electricidade de Moçambique (EDM) confirma que as energias renováveis têm um desempenho de 70 por cento de peso sob a matriz energética nacional, assumindo-se como aposta para garantir o acesso à energia para toda a população até 2030.
Recentemente, cerca de 55 MW foram adicionados a rede através das centrais de Cuamba, com 15 MW, e de Mocuba com 40 MW, confirmando a importância das fontes sustentáveis de geração de energia, alicerçadas pelas condições político-
Institucionais associadas a um quadro jurídico-regulatório favorável para o efeito.
Para a EDM, joga papel determinante para o desempenho das energias renováveis, no país, as centrais hídricas como a Hidroeléctrica da Cahora Bassa que contribui com mais de 2000 MW, centrais de Mavuzi e Chicamba e as mini-hídricas em Cuamba, Lichinga, na província de Niassa, zona norte e Corumane na província de Maputo, para alem outras tecnologias solar e eólicos, bem como a contribuição do gás natural.
A garantia foi dada a AIM por Mónica Olga Utchavo, directora do Departamento das Energias Renováveis a nível da EDM.
“Há ainda um trabalho a nível interno para aferir a penetração das energias renováveis, mas garantimos que neste momento as energias renováveis têm 70 por cento de peso na matriz energética nacional”, disse Uchavo.
Partilhou que mais 120 MW poderão entrar em construção no início do próximo ano, para além da central de Metoro em Cabo Delgado, que devido a constrangimentos de vária ordem ainda não adicionou a sua produção a rede eléctrica nacional, no quadro de um plano em que a EDM, no geral, espera produzir 600 MW até 2030.
De acordo com a fonte, há trabalhos em curso para a criação de corredores verdes, não só para permitir os 600 MW, mas também a nível de transmissão para garantir a evacuação dessa produção para os mercados de consumo, materializando o desiderato de tornar o país num ʺhubʺ regional, através de interligação.
“A interligação regional é importante para podermos evacuar toda essa potência que se pode gerar a nível do país, com recurso potencial hídrico, o gás e energias renováveis”, disse.
Refira-se que, recentemente, a Autoridade Reguladora de Energia (ARENE) anunciou que Moçambique mostra crescimento e cometimento com as acções de mitigação contra as alterações climáticas, deixando um comando claro para que a condução de toda e qualquer reforma e implementação de projectos a nível do sector de energia tenham em consideração a necessidade de potenciar o uso das energias renováveis.
Esta visão da ARENE reflecte-se nos projectos que são implementados na Rede Eléctrica Nacional (REN) com o Programa de Leilões em Energias Renováveis (PROLER), os quatro projectos de geração (três solares e um eólico) com vista a aumentar a segurança energética e conseguir uma redução significativa das emissões de CO₂ no período entre 2020-2030, feito em regime de concurso público para atribuição de concessões de produção de energia a partir de fontes renováveis.
O PROLER já vai no seu segundo concurso público para a selecção de Produtor
Independente de Energia para o desenvolvimento de centrais solares, na província de Tete (centro) e na província do Niassa (norte).
O outro segmento que tem vindo a conhecer uma evolução significativa é o de fora da rede (off-grid) que viu o seu quadro legal e regulatório a ser desenvolvido nos últimos tempos, visando torná-lo mais robusto para acelerar o investimento privado em projectos de energias renováveis tendo, no seu pacote regulatório, o Regulamento Geral de Acesso à Energia nas Zonas Fora da Rede.
(AIM)
PC/mz