Chimoio (Moçambique) 11 Nov (AIM) – A governadora da província de Manica, centro de Moçambique, Francisca Tomás, considera um ganho importante para a população a introdução de comboio de passageiros no corredor da Beira, que liga a cidade portuária da Beira, província de Sofala, ao vizinho Zimbabwe.
A partir de 23 de Novembro inicia, pela primeira vez, a circulação de comboios de passageiros que vai facilitar a movimentação de pessoas e bens.
Neste momento, está na fase de conclusão a reabilitação da linha férrea que liga a cidade da Beira à fronteira de Machipanda, num troço de cerca de300 quilómetros.
A reabilitação está a sendo feita pela empresa Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM), com o financiamento do governo moçambicano.
“A entrada em circulação de comboios de passageiros é um ganho para nós, porque vem facilitar a vida da população. A nossa província é rica, porque produz quase tudo e, como sabemos, o transporte rodoviário é bastante caro. Com o comboio, a população terá a vida mais facilitada”, disse Francisca Tomás.
Segundo a governadora, as pessoas terão uma alternativa. “Também é mais seguro viajar de comboio. Sabemos que os preços serão mais acessíveis para o transporte de pessoas e bens. A população de baixa renda estará mais facilitada.”
Francisca Tomás agradeceu ao Presidente da República, Filipe Nyusi, por ter pensado na introdução deste meio de transporte, pois, actualmente, a província de Manica tem apenas o transporte aéreo e rodoviário. O ferroviário é feito apenas para o transporte de mercadorias, mas , nos próximos dias, as pessoas poderão viajar da cidade da Beira para a fronteira de Machipanda e até Zimbabwe, através do comboio.
“É um meio que também vem dinamizar a nossa economia. O comércio vai fluir. Nesta província, a produção é feita em grande escala e muitas vezes queremos vender em outras regiões. A população não conseguia transportar a sua produção por causa do custo”, disse a governadora, para quem o comboio vem mudar a vida da população.
Enalteceu a iniciativa do governo em reabilitar a linha-férrea no corredor da Beira, porque vai permitir que os comboio de mercadoria e de passageiros circulem em segurança.
“No passado, a linha-férrea tinha muitas curvas e subidas, o que causava acidentes ferroviários. Com a reabilitação, temos este troço mais seguro. Mesmo durante a noite e na época chuvosa, podemos circular em segurança”, disse.
No entanto, Francisca Tomás apelou à população a ser vigilante contra actos de vandalização por pessoas de má-fé, anotando que “só desta forma é que a população estará a participar na prevenção de acidentes ferroviários, que, muitas vezes, têm causado mortes e perda de mercadoria”.
“O nosso apelo é extensivo a toda a população da província de Manica e de Sofala. Queremos que este investimento feito pelo governo tenha resultados e impacto directo na vida dos moçambicanos. Portanto, vamos ser vigilantes nas comunidades, porque, quem vandaliza essas infraestruturas são os nossos filhos, irmãos e familiares”, acrescentou.
“Queremos que eles compreendam que a destruição da linha férrea pode retardar o desenvolvimento da nossa província e do país, em geral. As autoridades policiais e comunitárias também são chamadas a trabalhar para a preservação deste bem que é de todos os moçambicanos”, disse.
No passado, a circulação de comboio de passageiros era feita entre a cidade de Chimoio e Gondola, numa distância de 17 quilómetros.
De alguns anos a esta parte, foi interrompida, devido ao conflito armado que durou 16 anos e que terminou em 1992.
Durante os 31 anos, apenas circulava o comboio de mercadoria da Beira para vila fronteiriça de Machipanda e vice-versa.
(AIM)
Nestor Magado (NM)/dt