Nampula, (Moçambique), 11 Nov (AIM) – Pelo menos 150 pessoas morreram de cólera, de um total de 36.425 casos diagnosticados em Moçambique, desde Setembro do ano passado a esta parte, o que levou o governo central a enviar membros do Conselho de Ministros para as províncias onde a epidemia tem sido mais intensa.
Esta foi uma decisão saída da última sessão do Conselho de Ministros realizada nesta semana.
Trata-se das províncias de Nampula, Cabo Delgado, Zambézia e Tete, mas um pouco por todo o país, esta doença levou ao internamento, no mesmo período, de 25.148 pessoas.
A informação foi prestada nesta sexta-feira, em Nampula, pela ministra da Terra e Ambiente, Ivete Maibaze, que veio reforçar a equipa local na coordenação da tomada de medidas a fim de enfrentar e controlar para evitar mais óbitos devido à cólera, conhecida como a doença das “mãos sujas”.
Especialistas em Saúde, no país, continuam a apontar o saneamento deficiente do meio, fecalismo a céu aberto, consumo de água imprópria e falta de higiene individual e colectiva, como as principais causas que propiciam a ocorrência de casos de cólera.
Ivetet Maibaze, que orientou uma sessão do Comité Operativo de Emergência (COE), deixou a garantia de que o governo central vai continuar a monitorar e a concentrar esforços no combate a esta epidemia.
Uma questão colocada quer pelas autoridades quer por parceiros de cooperação, de forma recorrente, foi a campanha de desinformação sobre a origem da cólera, o que já provocou ataques à integridade física de agentes de saúde e líderes comunitários.
A ministra defendeu “a implementação de medidas locais para o controle de rumores para evitar a desinformação e o reforço da vigilância comunitária de modo a evitar boatos nas comunidades”.
Além disso, recomendou a necessidade da colaboração de todos, do individual ao colectivo, como medida importante para fazer face a epidemia.
“A prevenção e controlo são fundamentais e estão ao alcance da sociedade, bastando cumprir as medidas de higiene individual e colectiva. É necessário desenvolver um plano de mitigação focalizado. A nível de todos os distritos, implementar mecanismos de coordenação para garantir uma resposta coordenada, multi-sectorial através dos comités operativos de emergência”, apontou.
A enviada do governo central à província de Nampula, por causa da cólera, pediu o reforço da vigilância nos locais de entrada e saída do território moçambicano e não só.
“Assegurar a melhoria da qualidade de água, reforço das medidas de saneamento e recolha de resíduos sólidos e lixo doméstico, também através de campanhas de limpeza nas comunidades”, anotou.
Como foi evidenciado, a falta de higiene em mercados, a governante lembrou a necessidade do estabelecimento de melhores condições nesses locais de comercialização de alimentos.
A ministra também solicitou apoios adicionais aos parceiros de cooperação, recordando que todas as intervenções devem ser feitas em coordenação e articulação com o governo provincial, para evitar a dispersão de recursos.
A província de Nampula foi afectada, nos últimos seis meses, por um surto de cólera, onde foram notificados, cumulativamente, 4.286 casos e seis óbitos, em cinco distritos, nomeadamente: Nacala Porto, Memba, Erati, Nampula e Meconta.
Actualmente, o distrito de Nampula é o único que ainda tem o surto activo. Contudo, o sector da Saúde tem vindo a registar aumento de casos de diarreias em alguns distritos, sendo de destacar Mecubúri, Eráti, Malema e Nacarôa.
(AIM)
RI (Rosa Inguane)/dt
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