Maputo, 22 Nov (AIM) – O Presidente da República, Filipe Nyusi, alerta que as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique (FDS) devem estar preparadas para trabalhar sem o apoio estrangeiro, assim que as forças do Ruanda e da Missão Militar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral em Moçambique (SAMIM, sigla em inglês) terminar o seu mandato.
Falando hoje em Maputo, durante a cerimónia de abertura do 24º Conselho Coordenador das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) Nyusi, que também é Comandante-Chefe das FDS, disse que o sector da defesa deve tomar decisões concretas e estratégicas para o combate ao terrorismo na província nortenha de Cabo Delgado, após a partida da SAMIM e das forças ruandesas.
“Devem igualmente sair deste Conselho Coordenador com decisões concretas sobre a capacidade de resposta das Forças Armadas em relação a situação de combate ao terrorismo, em Cabo Delgado, no período após a retirada das Forças amigas de SAMIM e do Ruanda”, afirmou.
O evento, de três dias, que decorre “Sob o lema “Sector da Defesa: Elevando o Espírito de Unidade e Patriotismo para o Fortalecimento da Defesa Nacional”, junta todos os ramos da Defesa do país.
Para o efeito, a reflexão do Conselho Coordenador deve, segundo o Chefe do Estado, também avaliar a forma de melhor capitalizar a riqueza de reservistas, envolvendo-os directa ou indirectamente nas diversas missões de apoio à defesa da soberania e integridade territorial do país.
Nyusi criticou o comando dos reservistas, afirmando que é invisível.
“Temos aqui um comando de reservistas que é quase invisível, porque nunca sentimos o seu impacto”, disse, acrescentado que “já é altura” de se mexerem.
Nyusi afirmou que os veteranos da luta de libertação nacional estão a dar o exemplo, uma vez que estão a provar ser úteis mesmo depois de 40 anos ou mais.
Explicou que os reservistas podem não estar directamente envolvidos no terreno, mas “há muita coisa que os reservistas podem fazer”.
Quanto ao Serviço Cívico Moçambicano (uma alternativa para os jovens moçambicanos que não são recrutados para o serviço militar), Nyusi exigiu que contribua activamente na reconstrução das infra-estruturas destruídas pelos terroristas e pelos desastres naturais.
Sobre o Serviço Cívico de Moçambique, o Comandante-Chefe exige um serviço sustentável, cada vez mais e capaz de gerar receitas para apoiar o sector da Defesa, aproveitando ao máximo as diversas iniciativas que o governo tem vindo a promover.
“O Serviço Cívico deve explorar as diferentes áreas de rendimento, como a agricultura, pescas, pecuária, mineração e construção, entre outras, aliviando o sector da dependência em relação ao Orçamento do Estado”, acrescentou.
(AIM)
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