Maputo, 24 Nov (AIM) – O Banco de Leite Humano do Hospital Central de Maputo (HCM) já recolheu, até esta parte do presente ano, mais de dois mil litros de leite materno, doados pelas mães.
O líquido já beneficiou cerca de três mil bebês, 800 dos quais recém-nascidos com menos de um quilo e meio.
A informação foi revelada na manhã de hoje na cidade de Maputo, pela directora do Banco de Leite, Sónia Bandeira, durante as cerimónias de comemoração do quinto aniversário de existência do primeiro banco de leite humano de Moçambique, o Banco de Leite Humano do HCM, inaugurado em 2018.
Na ocasião, Bandeira revelou que os números até aqui registados são fruto do contributo de cerca de quatro mil mães doadoras.
“Neste momento, no total de doadoras, incluindo as doadoras que tiram leite para o seu próprio filho, aquelas que nós chamamos de doadoras activas, temos cerca de quatro mil mulheres. Destas, 1.200 doaram leite para outros bebês e as restantes são auto-doadoras”, disse.
A médica disse também que já foram atendidas cerca de duas mil mulheres com diversos problemas relacionados à amamentação, tais como dores no mamilo, inchaço nas mamas, excesso de produção de leite, entre outras situações ligadas à amamentação.
“Nós também fazemos palestras nas unidades sanitárias, maternidade do hospital central, damos palestras às mães com bebes na neonatologia e o número resume-se a pouco mais de cinco mil mães e pais que já participaram destas palestras”, apontou Bandeira, como sendo uma das estratégias usadas para convidar mais pessoas a doar o leite materno.
As estratégias deste banco concentram-se ainda em recolha de leite ao domicílio, medida adoptada essencialmente durante a pandemia da Covid19, recolha no banco de leite do Hospital Central de Maputo (HCM) e a recolha do leite nas outras unidades sanitárias.
Da estratégia de recolha de leite ao domicílio foram feitas cerca de 3.100 visitas.
“Gostaríamos de destacar que todos bebês devem ser alimentados exclusivamente de leite materno até aos seis meses e essa amamentação deve continuar até o segundo ano de vida do bebe”, sublinhou.
“O leite materno é o único completo alimento, para os primeiros seis meses de vida. Não tem custos para a família e, por isso, evita gastos financeiros relacionados à aquisição do leite artificial”, acrescentou.
Por sua vez, Rómulo Neves, Ministro Conselheiro para Assuntos da Embaixada da República Federativa do Brasil, assumiu o compromisso de continuar a trabalhar com o país para resolver os problemas ligados à amamentação.
“Não somos um país milionário ou desenvolvido, mas conseguimos resolver lá no brasil, e podemos encaminhar alguns problemas que Moçambique tem e é esse conhecimento que o brasil quer compartilhar com Moçambique e a gente fica orgulhosa de poder fazer este trabalho” concluiu o diplomata.
(AIM)
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