Lusaka, 28 Nov (AIM) – Doenças como malária, tuberculose e HIV/SIDA continuam um “fardo pesado” para o continente africano, ceifando mais de seis milhões de vidas por ano.
Estas doenças representam, colectivamente, 80 por cento das infecciosas com peso em África.
Elas têm um custo económico superior a 800 mil milhões de dólares norte-americanos, e continuam a consumir o maior bolo que as nações investem nos serviços de saúde pública, sobretudo no diagnóstico e tratamento, daí a necessidade da aceleração da criação de Centros de Operações de Emergência de Saúde Pública.
Os dados foram revelados hoje (28), em Lusaka, Zâmbia, pela co-presidente da Conferência Internacional sobre Saúde Pública em África (CPHIA 2023) e directora do Instituto de Pesquisa em Saúde da Universidade de Saúde e Ciências Aplicadas, Prof. Margaret Gyapong.
“As principais causas de morte em África continuam a ser as infecções respiratórias agudas, o HIV/SIDA, a diarreia, a malária e a tuberculose, representando colectivamente 80 por cento do fardo das doenças infecciosas”, disse Gyapong, falando a jornalistas.
Fora a malária, a tuberculose e o HIV/SIDA, o fardo das doenças não transmissíveis também está a aumentar drasticamente no continente, bem como a mortalidade materna que está entre as mais altas do mundo, desafios que reforçam a necessidade de construir sistemas de saúde resilientes e capazes de prestar cuidados de qualidade para todos e, ao mesmo tempo, responder às ameaças emergentes.
Enquanto o continente luta por alcançar progressos no combate a essas doenças, as alterações climáticas tornam a batalha mais difícil, num contexto em que o continente é desproporcionalmente afectado por doenças ligadas às alterações climáticas, havendo estudos que indicam que, entre 2001 e 2021, cerca de 56 por cento dos eventos de saúde pública na região africana estavam relacionados com o clima, nomeadamente, inundações, ciclones, seca, e fome.
“A ligação entre as alterações climáticas deve tornar-se na nossa prioridade em África, à medida que suportamos o peso. Apelamos aos líderes globais, muitos dos quais se reunirão na COP28, para que assumam a responsabilidade pelas suas contribuições para as alterações climáticas. Precisamos de agir agora e precisamos agir rápido”, disse a fonte.
Apesar do cenário desolador, os países africanos realizaram progressos significativos na saúde pública nos últimos anos, apoiados pelo Centro Africano para Controlo e Prevenção de Doenças (África CDC) que lidera esforços para coordenar e fortalecer a vigilância das doenças e a resposta aos surtos, melhorando a capacidade do continente de responder rapidamente às emergências de saúde pública.
Refira-se que a CPHIA 2023 arrancou segunda-feira, em Lusaka, Zâmbia, juntando Chefes de Estado Africanos, Ministros da Saúde, principais cientistas, inovadores e pesquisadores, vai tentar romper barreiras e reposicionar África na arquitectura global de saúde.
(AIM)
PC/mz