Maputo, 01 Dez (AIM) – O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, insta as partes do Acordo de Paris sobre as Mudanças Climáticas a honrarem os compromissos assumidos, de apoiar os países que pouco contribuem para as emissões de gases de efeitos de estufa, mas possuem recursos domésticos limitados para financiar a acção climática.
O Chefe de Estado moçambicano defendeu o facto no seu discurso proferido na Sessão Plenária da Cimeira das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, COP 28, que decorre em Dubai, Emirados Árabes Unidos (EAU).
“Sendo esta a primeira COP após o acordo de Paris a fazer o balanço global da situação, em termos de mitigação das mudanças climáticas, aproveitamos a oportunidade para instar as partes a honrar os compromissos assumidos de apoiar os países que pouco contribuem as emissões de gases de efeitos de estufa, mas possuem recursos domésticos limitados para financiar a acção climática”, apelou.
Instou, ainda, as diferentes instituições governamentais e não governamentais para aumentarem o financiamento às acções de investigação e inovação tecnológica porque, segundo Nyusi, com o conhecimento científico, as comunidades deverão saber como melhor se adaptar às mudanças climáticas.
“Adiar a acção climática, hoje, é contribuir para a destruição, de forma irreversível do nosso planeta e da humanidade”, advertiu o estadista moçambicano.
Na ocasião, convidou os parceiros, privados e públicos, para se juntarem ao governo moçambicano na viabilização da iniciativa para a gestão sustentável e integrada da floresta de miombo, lançada com a Declaração de Maputo.
“As mudanças climáticas são uma das ameaças à floresta miombo, um ecossistema rico em biodiversidade”, disse, anunciando que o país está a agendar uma conferência internacional, no próximo ano, para discutir a situação da floresta miombo, “e assim darmos a nossa contribuição para o sequestro do carbono.”
Num outro desenvolvimento, Nyusi explicou que Moçambique tem estado a ser afectado, ciclicamente por intempéries, causados pela acção das mudanças climáticas, que resultam em mortes e destruição de infra-estruturas económicas, sociais e produtivas.
“Neste contexto, apoiamos iniciativas inovadoras de financiamento, como as de conversão da dívida pela acção climática e acesso ao financiamento concessional aos países em desenvolvimento”, disse.
Informou que Moçambique aderiu à iniciativa africana de mercados de carbono, tendo iniciado para a elaboração de um plano de activação de um mercado de carbono.
“Estamos em negociações com alguns países para assinar um acordo de venda dos resultados de redução de emissões”, revelou Nyusi.
Anotou que Moçambique tem um grande potencial para gerar créditos de carbono, principalmente nos sectores florestal, agrícola, energias renováveis, bem como economia azul, tendo, em 2018, sido o primeiro país a receber benefícios com a certificação de 1,9 milhão de créditos de carbono.
“Em termos de uso de energias renováveis para a produção de energia eléctrica, em Moçambique, cerca de 70 por cento de energia produzida vem de fontes hídricas, 14 por cento de gás natural, e 16 por cento de restantes fontes, com destaque para a energia solar”, revelou.
(AIM)
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