Maputo, 02 Dez (AIM)- O porto de Mocímboa da Praia, em Cabo Delgado, norte de Moçambique, manuseou mais de 170 mil toneladas de carga diversa num intervalo de cerca de dois meses após a reinauguração, movimento que começa a animar os gestores e utilizadores desta infra-estrutura.
De acordo com Edson Titos, responsável do porto, de 15 em 15 dias, atracam dois navios de diferentes calados, um movimento que considera normal, sendo que os clientes auguram por dias melhores depois da infra-estrutura ter ficado mais de dois anos inoperacional devido aos ataques terroristas.
O porto foi recentemente reinaugurado pelo Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, no âmbito da retoma das actividades económicas no norte de Cabo Delgado, que foi alvo de ataques terroristas.
De acordo com Titos, citado hoje pelo “Notícias”, são movimentados produtos como materiais de construção e alimentos, trazidos dos portos de Pemba, capital de Cabo Delgado, e Nacala, na vizinha província de Nampula.
Afirmou que as empresas envolvidas nos projectos da indústria de gás, na península de Afungi, no vizinho distrito de Palma, constam entre os maiores utilizadores.
“Mas também temos algumas empresas envolvidas na reconstrução pós-ataques terroristas que também usam o porto no transporte de material de construção. O fluxo de navios faz-nos acreditar que melhores dias ainda estão por vir”, vaticinou.
A perspectiva é que, com a estabilização da região, o porto sirva de motor para dinamização da economia, sendo esta uma oportunidade para os agentes económicos diversificarem as suas opções no transporte de mercadorias.
Fez saber que o porto actualmente manuseia apenas carga interna, ou seja, mercadoria oriunda dos portos de Pemba e Nacala, mas acredita que nos próximos tempos possa receber encomendas importadas, pois é também do interesse de alguns exportadores.
A infra-estrutura foi reinaugurada após obras de reabilitação, num investimento que ultrapassa 8,5 milhões de dólares norte-americanos.
A par do porto, Mocímboada Praia possui, igualmente, um aeroporto, também recém-reinaugurado pelo Presidente da República, depois de ter sido alvo de sabotagem, aquando do assalto e ocupação pelos terroristas.
A estabilização da situação de segurança permitiu o regresso de parte de cerca 62 mil pessoas que haviam abandonado a vila devido à ataques terroristas.
A vila de Mocímboa da Praia situa-se a cerca de 70 quilómetros a sul da área do projecto de LNG, liderado pela francesa TotalEnergies, que pretende explorar jazidas de gás natural, em Afungi, Palma. Também está próxima da área onde se situa a concessão da petrolífera italiana Eni, que já explora este recurso.
(AIM)
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