Maputo, 04 Dez (AIM) – O Ministério da Economia e Finanças (MEF) tenciona ligar cerca de 3.300 grupos de poupança ao sistema financeiro nacional em todo país até Setembro de 2024.
O dado foi avançado na manhã de hoje (04) em Maputo, pelo director-geral do Fundo de Apoio à Reabilitação da Economia (FARE), Augusto Isabel, falando à Imprensa à margem do 11º Fórum de Grupos de Poupança e Crédito Rotativo (GPCR), um evento de um dia que decorreu sob o lema “Promover a sustentabilidade dos Grupos de Poupança e Crédito Rotativo e sua Ligação ao Sistema Financeiro Formal”.
Na ocasião, a fonte explicou que se trata de uma medida alinhada a Estratégia Nacional de Inclusão Financeira que visa facilitar o acesso aos serviços financeiros a todos os moçambicanos.
“O objectivo principal é saber como é que nós podemos alcançar as nossas metas no âmbito do Projecto de Financiamento de Empreendimentos Rurais (REFP), e a meta é de atingirmos 3.300 grupos de Crédito de Poupança Rotativa que representam mais ou menos uma média de 25 membros por cada grupo”, disse.
“Isso está também alinhado com a Estratégia Nacional de Inclusão Financeira 2016-2022, que já terminou, mas as acções continuam. Todos os moçambicanos devem estar financeiramente inclusos para que tenham acesso aos serviços financeiros”, sublinhou.
Sabe-se que em 2016 existiam mais de 12 mil grupos de crédito de poupança rotativos, cuja poupança equivalia a cerca de 11 milhões de dólares americanos.
Daí que, apesar de o FARE não considerar as quantias elevadas, mesmo assim tenciona “fazer com que estas poupanças entrem para o sistema financeiro e que este possa ter o controle do volume de recurso que está a girar dentro destas comunidades”.
Actualmente existem muitas comunidades a fazer a poupança, portando consigo valores elevados em malas ou caixas de madeira, o que representa um risco no caso da ocorrência de eventos climáticos como cheias que podem destruir o dinheiro.
A fonte também aponta como desafios para inclusão destes grupos aos sistemas financeiros formais, a sua localização remota.
“Temos vários desafios e um deles é a localização destes grupos. Apesar de nós termos iniciativas como ‘Um Distrito Um Banco’, as distâncias destas comunidades para aceder a estes bancos ainda é desafiante” disse.
“Queremos também pensar quais são as soluções tecnológicas que nós podemos recomendar para que estas instituições (grupos) tenham acesso aos serviços financeiros”, acrescentou.
O FARE já está a trabalhar para a legalização destas entidades através do seu registo em bancos comerciais ou instituição de moeda electrónica.
(AIM)
CC/sg