Maputo, 05 Dez (AIM) – A Electricidade de Moçambique (EDM), em parceria com a Africa50, vai desenvolver novos projectos de energias renováveis, que visam impulsionar a transição energética em Moçambique.
Para o efeito, os Presidentes do Conselho de Administração (PCA) da EDM, Marcelino Alberto, e da Africa50, Alain Ebobissé, assinaram, sábado (02) quatro Memorandos de Entendimento (MdE), para o desenvolvimento de projectos de produção e transporte de energias renováveis.
Segundo um comunicado da EDM enviado hoje à AIM, os instrumentos de cooperação foram rubricados à margem do lançamento da Estratégia de Transição Energética de Moçambique, dirigido pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, durante a 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28), que decorre em Dubai, Emirados Árabes Unidos.
A referida Estratégia, a apresentada pelo Ministro de Recursos Minerais e Energia, Carlos Zacarias, tem como alicerces quatro pilares principais, nomeadamente, “a expansão da capacidade de energia renovável, a promoção da industrialização verde, o fomento ao acesso universal à energia e a descarbonização dos transportes através de biocombustíveis.”
No âmbito dos MdE rubricados, a Africa50 irá cooperar com a EDM no desenvolvimento, financiamento, construção e operação das Centrais Solares Terrestres de Montepuez, em Cabo Delgado, e Angoche, na província de Nampula, com a capacidade instalada de 100MW e 60MW, respectivamente, englobando a componente de armazenamento de energia.
Segundo o comunicado, os acordos incluem, ainda, o desenvolvimento da primeira Central Solar Flutuante de 100MW, no reservatório da Central Hidroeléctrica de Chicamba, com o objectivo de utilizar as superfícies de água existentes para a produção de energia, poupando, assim, as terras aráveis para fins agrícolas.
“Além disso, foi rubricado um Memorando de Entendimento, visando a implementação de projectos de transporte de energia eléctrica, nomeadamente, a Linha Metoro – Montepuez – Marrupa, de 285 km e 220kV; a Linha Maputo – Matutuíne, de 72km e 400kV; e a Linha Massinga – Vilankulo, de 200 km e 110kV. Os três (03) projectos incluem a construção das respectivas Subestações”, revela.
Para o PCA da EDM, “os projectos a serem implementados, em parceria com a Africa50, são determinantes para o alcance da meta do Acesso Universal à Energia, sobretudo, nas zonas rurais de Moçambique, onde o uso de sistemas solares residenciais é predominante.”
“Com a aposta na diversificação da matriz energética, esperamos produzir, nos próximos anos, cerca de 200MW em energias renováveis, sendo que, deste modo, a EDM coloca-se na vanguarda da transição energética, alinhando-se, igualmente, aos pressupostos do Acordo de Paris, visando a redução do aquecimento global”, acrescenta.
Por sua vez, Alain Ebobissé referiu que Moçambique tem um enorme potencial de energia renovável e a parceria entre a EDM e sua instituição irá ajudar o país no desenvolvimento de projectos energéticos impactantes, incluindo a tecnologia pioneira de energia solar flutuante.
“Esperamos unir forças com a EDM para acelerar a implantação de infra-estruturas de energia verde na produção, bem como na transmissão de energia eléctrica, alavancando o capital do sector privado e a nossa parceria com a iniciativa Africa Green Investment dos Emirados Árabes Unidos, para realizar estes investimentos significativos em Moçambique”, afirma o PCA da Africa50.
A cerimónia de assinatura dos MdE contou com a presença do Sir Tony Blair, Presidente do Instituto Tony Blair para a Mudança Global, do Presidente do Banco Africano de Desenvolvimento, Akinwumi Adesina, da Vice-Presidente Executiva da Fundação Rockefeller, Elisabeth Yee, e membros do governo moçambicano, entre outros convidados.
(AIM)
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