
Deslocados internos. Foto arquivo
Maputo, 6 Dezembro (AIM) – Cerca de três milhões de cidadãos beneficiaram de assistência alimentar directa devido aos eventos climáticos extremos que atingiram Moçambique nos últimos cinco anos, nomeadamente os ciclones Idai e Kenneth, bem como o terrorismo e pandemia da Covid-19.
“Ainda estamos a viver profundamente os efeitos destes choques que convergiram e trouxeram consigo consequências muito graves. As consequências não são apenas aqueles milhares pessoas que beneficiaram de apoio alimentar, mas também empresas”, disse o ministro de Agricultura e Desenvolvimento Rural, Celso Correia, na Conferência do Agronegócio, Nutrição e Indústria Alimentar.
O evento, que decorre em Maputo, é organizado pela Confederação das Associações Económicas (CTA) em parceria com a Rede de Empresas para Expansão da Nutrição em Moçambique, uma iniciativa da Global Alliance for Improved Nutrition (GAIN).
Segundo, Correia o governo ainda não efectuou um exercício para apurar o custo real das crises que afectaram o país nos últimos cinco anos, com vista avaliar o desempenho da sociedade moçambicana.
“Foram milhões de dólares que o país teve que desviar de outras iniciativas para alimentar essas famílias e evitar uma crise alimentar sem precedentes, como estamos a ver na zona de Sahel”, disse o governante.
Já o presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), Agostinho Vuma, enalteceu a GAIN, pelo facto de apoiar iniciativas que visam melhorar a fortificação de alimentos e reduzir os índices de desnutrição.
O último inquérito sobre orçamento familiar mostrou uma inversão da tendência na redução da pobreza e incremento de focos de desnutrição, facto que leva o sector privado a investir maiores recursos para aumentar a disponibilidade de alimentos.
Vuma aponta como desafios, a participação activa do sector privado, academia e parceiros de cooperação no processo de revisão do decreto de fortificação de alimentos, controlo das fronteiras terrestres, marítimas e aéreas, locais considerados como focos de contrabando.
“Propomos que o projecto-piloto de alimentação escolar seja implementado com a contratação de produtores moçambicanos de forma a fornecerem alimentos para reduzir a desnutrição de crianças em idade escolar”.
Por seu turno, Gaspar Cuambe, director da GAIN em Moçambique, anotou que decorre actualmente a COP28, no Dubai, uma iniciativa global que discute as questões ligadas ao ambiente.
Revelou ainda que a sua organização em parceria com o Egipto, preside a iniciativa I-CAN que na língua inglesa significa “Eu posso” um programa que promove acções de protecção do clima e promoção da nutrição.
“A I-CAN conta com a parceria da FAO, OMS (Organização Mundial da Saúde), movimento SUN e de múltiplos parceiros multissectoriais com objectivo de canalizar acções climáticas, com benefícios na nutrição”
O evento junta várias entidades públicas e estatais, incluindo quadros do MADER, Ministério da Indústria e Comércio, representantes das empresas ligadas a cadeia de nutrição e empresas moçambicanas que trabalham na fortificação de alimentos
(AIM)
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