Maputo, 09 Dez (AIM) – Pelo menos 94 jornalistas, incluindo nove mulheres, foram assassinados no presente ano de 2023, anunciou a Federacção Internacional de Jornalistas (FIJ).
Desde sete de Outubro, mais de um jornalista foi morto por dia na faixa de Gaza, num ritmo sem precedentes de assassinatos nos meios de comunicação social.
Na véspera do Dia Internacional dos Direitos Humanos, que é comemorado a dez de Dezembro, a FIJ insiste que é necessária uma acção mais forte por parte da comunidade internacional para salvaguardar as vidas dos jornalistas e responsabilizar os seus agressores.
Este ano, tal como em 2022, foi marcado pela morte de jornalistas na guerra. Em 2023, jornalistas palestinos na Faixa de Gaza foram vítimas de bombardeamentos indiscriminados por parte do exército israelita.
A FIJ apela às autoridades internacionais para que garantam o cumprimento do direito internacional e ponham fim ao massacre de jornalistas em Gaza.
“A comunidade internacional, e mais especificamente o Tribunal Penal Internacional, deve assumir as suas responsabilidades e investigar minuciosamente e, quando apropriado, processar aqueles que ordenaram e executaram ataques contra jornalistas”, afirmou a FIJ.
A guerra de Gaza tem sido mais mortífera para os jornalistas do que qualquer outro conflito desde que a FIJ começou, em 1990, a registar as mortes de jornalistas no cumprimento do seu dever.
Desde o ataque do Hamas a sete de Outubro, a FIJ contabilizou pelo menos 68 jornalistas assassinados. “Até agora, este ano, 72% dos jornalistas assassinados em todo o mundo morreram no conflito de Gaza”, relata a Federação.
Sessenta e um jornalistas palestinos foram massacrados na Faixa de Gaza, e quatro jornalistas israelitas foram mortos nas primeiras horas do ataque do Hamas a sete de Outubro.
Na Europa, a Ucrânia continua a ser um país perigoso para os jornalistas. Este ano, três jornalistas e profissionais da comunicação social – ucraniano (um), russo (um) e francês (um) – morreram na guerra ucraniana.
Os assassinatos também ocorreram em outras regiões como em África, onde a FIJ condena quatro assassinatos particularmente escandalosos nos Camarões (dois), no Sudão (um) e no Lesoto (um), que até à data não foram totalmente investigados.
A presidente da FIJ, Dominique Pradalié, disse: “Até agora, em 2023, 94 jornalistas foram assassinados. A FIJ exige medidas globais urgentes para parar este derramamento de sangue.”
Observa que “o aumento do número de mortes, especialmente em Gaza, requer acção imediata. A FIJ insiste na necessidade de cumprir com o direito internacional, especialmente na guerra de Gaza, onde os jornalistas foram alvo do exército israelita. Dado que 72% das mortes de jornalistas no mundo ocorreram na guerra de Gaza.”
Sublinha ser urgente tomar medidas decisivas. “O imperativo de um novo padrão internacional eficaz para a protecção de jornalistas nunca foi tão grande”.
Fora assassinatos, um total de 393 jornalistas e profissionais da comunicação social foram presos este ano de 2023.
A lista de jornalistas presos divulgada pela FIJ reflecte a persistência da repressão política em países como a China, a Bielorrússia, o Egipto, Mianmar, Turquia, Rússia, entre outros, com um aumento significativo de jornalistas presos registado nos últimos três anos.
“Este assédio judicial visa claramente silenciar os meios de comunicação social e reprimir os protestos pró-liberdade. Os jornalistas continuam a estar entre as primeiras vítimas desta repressão, com um número recorde de 393 jornalistas e trabalhadores dos meios de comunicação social actualmente atrás das grades,” refere a FIJ.
China e Hong Kong lideram a lista com 80 jornalistas presos, seguidos por Mianmar (54), Turquia (41), Rússia e Crimeia ocupada (40), Bielorrússia (35), Egipto (23), Vietname (18), Arábia Saudita (onze), Índia (dez) e Síria (nove).
(AIM)
Agências/mz