Chimoio (Moçambique) 15 Dez (AIM) – O comboio de passageiros que liga a cidade portuária da Beira, província de Sofala, a fronteira de Machipanda centro de Moçambique poderá ligar, a partir de finais do ano 2025, os vizinhos Zimbabwe e Botswana.
Machipanda faz limite com o Zimbabwe por via ferroviária e rodoviária. Em Novembro último foi reintroduzido, volvidos 23 anos, o comboio de passageiros partindo da cidade da Beira até Machipanda, num troço com uma extensão de cerca de 317 quilómetros.
A entrada em circulação do comboio acontece depois da reabilitação da linha férrea, oferecendo actualmente maior segurança para o transporte de pessoas e bens.
A reabilitação custou cerca de 200 milhões de dólares americanos, financiados pelo governo moçambicano.
O ministro dos Transportes e Comunicações, Mateus Magala, assegurou que o governo está a trabalhar com o Zimbabwe e Botswana para acelerar a circulação de comboios nos dois países.
“Houve manifestação de interesse no lado do Zimbabwe aquando da inauguração da linha férrea que quer ver o comboio a chegar até aquele país vizinho”, disse Magala esta sexta-feira (15) à margem do 41º Conselho Coordenador que decorre em Gondola, na província de Manica.
”A partir daquele momento, começamos a fazer contactos e estamos num bom caminho. Acreditamos que, em finais de 2025, teremos um comboio saindo da cidade da Beira, passando pelo Zimbabwe até ao Botswana” disse Magala.
Para o efeito, os ministros dos transportes e finanças de Moçambique, Zimbabwe e Botswana já estão a trabalhar para que este projecto se torne uma realidade.
“Na próxima semana estarei no Zimbabwe para avançarmos com a agenda de melhoria de infra-estruturas naquele país vizinho. Pensamos que será uma realidade que virá melhorar as condições de circulação de pessoas e bens e, consequentemente, dinamizar as economias dos três países”, afirmou.
“A ideia é que o comboio não termine apenas na fronteira de Machipanda. Deverá ir até outras partes do Zimbabwe e também ao Botswana. Pretendemos melhorar as condições infra-estruturais do Botswana para permitir uma maior segurança na circulação de pessoas e bens. É uma agenda urgente e efectiva”, disse.
Referiu que na parte do Zimbabwe já existe uma linha ferroviária, mas carece de uma reabilitação. É um processo que passa por uma reestruturação de engenharia e financeira, onde estarão envolvidos o Banco Mundial (BM), Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) e outros parceiros para financiamento.
“Isso para dizer que teremos sinais visíveis de implementação deste projecto no final do ano de 2025. Acreditamos que num período de dois anos, teremos estes três países ligados por via ferroviária a partir do porto da Beira, no centro de Moçambique. Será uma mais valia para o nosso país, pois aumentará o fluxo comercial entre os três povos”, acrescentou.
O Conselho Coordenador terminou esta sexta-feira. Durante o evento os participantes debateram vários temas, incluindo a segurança rodoviária em Moçambique, bem como apreciaram o Programa Quinquenal do Estado (PQG) – 2020/24, Plano Económico, Social e Orçamento do Estado (PESOE) – 2023, entre outros.
(AIM)
NM/sg