Maputo, 15 Nov (AIM) – O Serviço Nacional de Investigação criminal (SERNIC) deteve, em Maputo, uma cidadã moçambicana indiciada de simular seu próprio rapto para exigir na família o pagamento de resgate no valor de 300 mil meticais (cerca de 4.690 dólares ao câmbio corrente).
A indiciada é residente na cidade de Quelimane, capital da província central da Zambézia, e encontrava-se em Maputo para comprar cabelos e roupas para revender após o seu regresso.
Para lograr seus intentos, a indiciada simulou o rapto com a ajuda de alguns indivíduos que telefonavam aos familiares exigindo pagamento de resgate como condição para libertar a suposta vítima.
“Eu liguei à minha família a dizer que fui sequestrada e que os sequestradores queriam dinheiro. A minha família disse que iria arranjar o valor. Mas, como não mandavam eu disse que já havia dado um valor que estava na conta da minha mãe” disse.
Segundo a indiciada com o valor de resgate pretendia repor o valor de 150 mil meticais que lhe roubaram em Maputo.
“Fui roubada e uma parte do dinheiro não era meu. Eu fiz isso (simulação de rapto) porque não tinha como justificar o valor que tinha levado. Eu vendo roupas, cabelo, sapatos entre outras coisas. Vim a Maputo fazer minhas compras para depois ir revender lá em Quelimane”.
Por seu turno, O porta-voz da SERNIC Hilário Lole adverte que este tipo legal de crime é punido em Moçambique, pelo que a cidadã será responsabilizada criminalmente.
Segundo Lole, a detenção da cidadã decorre da investigação na sequência de uma denúncia dos familiares residentes em Maputo.
“Porque os seus familiares aqui na cidade de Maputo, já teriam apresentado uma denúncia logo após a tomada de conhecimento deste caso, o SERNIC esteve a trabalhar”, disse.
Explicou que foi “na obtenção das declarações para apurar como os factos teriam ocorrido, e no sentido de neutralizar os prováveis raptores, foi nessa altura em que nos apercebemos que não teria ocorrido crime algum, mas sim uma simulação deste crime para justificar a perda ou o descaminho do valor que a mesma teria usado”.
Por isso, Lole apela a sociedade para privilegiar o diálogo e evitar enveredar por simulação de raptos ou qualquer acto prejudicial. Recomendou ainda aos cidadãos para que evitem ficar com somas avultadas de dinheiro nas suas residências ou estabelecimentos comerciais como forma de evitar a ocorrência de crimes violentos e hediondos.
Em Moçambique regista-se uma tendência crescente do número de simulação de raptos para tirar vantagens financeiras das suas famílias. Segundo dados da SERNIC, no último trimestre foram registados três casos.
(AIM)
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