
Comércio informal na cidade de Maputo. Imagem de Santos Vilanculos
Maputo, 16 Dez (AIM) – As autoridades municipais prometem atender ao grito de socorro de centenas de pessoas com deficiência residentes na capital moçambicana, Maputo, que protestam contra a obstrução dos passeios pelos praticantes do comércio informal.
Para o efeito, as autoridades afirmam que estão a privilegiar o diálogo.
Durante o período compreendido entre 04 a 10 de Dezembro corrente, a Polícia Municipal conduziu seis campanhas de sensibilização aos munícipes e vendedores para o abandono do comércio informal em plena via pública, tendo abrangido cerca de 3.467 munícipes.
“A ocupação desordenada dos passeios é um aspecto que a sociedade deve reflectir profundamente. Precisamos de pensar nesta camada social que precisa do passeio para circular. O passeio não é para a venda de produtos, mas sim para a livre circulação de pessoas e seus bens”, explica a porta-voz da Polícia Municipal, Arsénia Miambo num breve contacto estabelecido com a AIM.
Miambo diz que a venda em locais impróprios não pode ser um elemento de exclusão, pois leva a seguinte questão aos munícipes “Os indivíduos que usam cadeiras de rodas, com deficiência visual de que forma vão usar o passeio?”.
“É essa mensagem que nós levamos àqueles que vendem na via pública, mas não só, também àqueles que compram porque, de certa forma, estão a incentivar esta prática. Precisamos abandonar o hábito de comprar e vender produtos em locais inadequados olhando para este elemento de inclusão social”, afirmou.
A fonte disse que a Polícia Municipal está posicionada, mas ainda não esgotou os mecanismos de diálogo, pois regista-se uma tendência de retorno a esses locais e convida os informais para se aproximarem a Direcção Municipal de Mercados e Feiras para serem enquadrados em locais adequados.
Raina Amade, portadora de deficiência diz que os cidadãos com dificuldades motoras têm dificuldades para circular nos passeios, sobretudo na baixa da cidade, pois todos os espaços estão ocupados por vendedores informais.
“Temos dificuldades em circular nos passeios, porque os vendedores informais ocupam os lugares que restam para a nossa locomoção. Por vezes têm buracos e somos obrigados a recorrer às estradas e onde corremos o risco de sermos atropelados”, lamentou Raina Amade.
Acrescentou que “em nome das pessoas com deficiência apelo ao governo e às entidades competentes para que olhem por nós, pois este é o nosso grito de socorro”.
(AIM)
FG/sg