Maputo, 20 Dez (AIM) – O governo moçambicano projecta um crescimento próximo de 5,5 por cento do PIB em 2024, anunciou hoje (20), em Maputo, o Presidente da República, Filipe Nyusi, durante a apresentação do Informe Sobre a Situação Geral do Estado da Nação.
O chefe de Estado explica que as projecções tomaram em consideração as perspectivas económicas num contexto de abrandamento da inflação e da estabilidade cambial, fruto de medidas restritivas ora implementadas, assim como num contexto de apoio ao orçamento dos parceiros de cooperação e condições climáticas normais.
Segundo Nyusi, esta tendência será impulsionada pelo vigor da indústria extractiva, com o reinício da fase de desenvolvimento dos módulos em terra do empreendimento de gás natural Golfinho Atum na Aérea 01, bacia do Rovuma, província de Cabo Delgado.
Outros factores incluem a capitalização dos corredores ferro-portuários face aos investimentos realizados, a modalidade rodoviária e aérea, o crescimento do turismo, o ganho dos investimentos provenientes do programa agrícola SUSTENTA e a atracção de investimentos produtivos na indústria e pescas.
Já para o ano prestes a findar, as perspectivas económicas apontam para um crescimento acima de cinco por cento, apesar de as contas públicas estarem a enfrentar desafios gerados pela implementação da Tabela Salarial Única (TSU).
Nyusi sublinhou que a TSU tinha por objectivo harmonizar as discrepâncias salariais na Função Pública. Como consequência passou a folha salarial passou de 11,8 mil milhões de meticais (184,7 milhões de dólares) para 15,8 mil milhões de meticais (347,3 milhões de dólares).
“A economia moçambicana deverá registar uma evolução de 5% em 2023, a par do abrandamento da taxa de inflação que registou 8,06% em Outubro do corrente ano, situando-se no território de um digito.
Relativamente ao crescimento do PIB no terceiro do corrente ano sobressalta o impulso dado pela indústria extractiva com uma variação de 43%.
Referiu que prevalece uma estrutura do PIB dominado pelo sector agrícola e actividades relacionadas que justifica cerca de 23% da produção global, seguindo-se o sector de transporte, logística e comunicações com 11%, a indústria extractiva com 9,8% e a administração publica que contribuiu com 7%.
Sobre as reservas internacional líquidas em 30 de Setembro do corrente ano era de 3.087 milhões de dólares, valor suficiente para cobrir mais de três meses de importações de bens e serviços, excluindo as importações dos grandes projectos.
“Este é um novel de cobertura aceitável tendo em conta as boas práticas internacionais”, disse.
Em paralelo, disse Nyusi, decorrem acções para a reestruturação da dívida interna, bem como da dívida externa.
No que concerne a dívida externa, o governo tem estado a acompanhar com interesse as iniciativas internacionais de conversão no contexto de financiamento climático, que abrem a possibilidade de um alívio significativo do stock da dívida por via das transacções no mercado subjacentes com efeitos imediatos sobre os rácios da dívida sobre o PIB.
(AIM)
AC/sg