Maputo, 21 Dez (AIM) – A multinacional petrolífera francesa, TotalEnergies, que lidera o projecto Mozambique LNG, instalado na península de Afungi, distrito de Palma, província nortenha de Cabo Delgado, poderá retomar a actividade nos próximos três meses.
O Presidente da República, Filipe Nyusi, revelou o facto esta quinta-feira durante a cerimónia alusiva ao recepção da comunidade moçambicana na diáspora, por ocasião do Natal e de fim-de-Ano, evento que teve lugar em Maputo.
“Espera-se a retoma dos projectos em terra, especialmente do projecto LNG na Área 1, no primeiro trimestre do próximo ano”, disse Nyusi.
A retoma, explicou Nyusi, deve-se ao esforço empreendido pelas Forças de Defesa e Segurança de Moçambique (FDS) apoiadas por um contingente militar da Força de Defesa do Ruanda e pela Missão Militar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SAMIM, sigla em inglês). Por isso, os ataques terroristas tendem a abrandar, sobretudo nos últimos meses.
Em Abril de 2021, a TotalEnergies declarou força maior para suspender todas as actividades no projecto, devido a intensificação de ataques terroristas, que condicionou a situação de segurança nos estaleiros.
O Projecto Mozambique LNG, orçado em 20 biliões de dólares, inicia com a descoberta de mais de 65 triliões de pés cúbicos de gás natural, o que levou, em 2019, a uma Decisão Final de Investimento.
O projecto inclui duas unidades de liquefacção com capacidade de expansão para até 43 milhões de toneladas por ano.
Desde Outubro de 2017 que Cabo Delgado é alvo de ataques terroristas que já provocaram a morte de mais de três mil cidadãos, bem a fuga de mais de 900 mil pessoas que foram procurar abrigo em locais mais seguros, desencadeando uma crise humanitária.
No entanto, durante o encontro com moçambicanos residentes na diáspora, Nyusi elogiou o seu empenho em prol do desenvolvimento sustentável e bem-estar do país, garantindo que as suas preocupações serão paulatinamente resolvidas.
Já na sua intervenção, os moçambicanos residentes na diáspora pedem facilidades para a emissão de bilhetes de identidade, passaportes, e outros documentos pessoais e viáveis para a consumação dos seus direitos e deveres nos países de acolhimento.
“Enquanto cidadãos nacionais residentes no exterior são os reconhecidos e salvaguardados os direitos tais como, a emissão de documentos, tal como disseram, a participação política nos processos eleitorais para os países onde conseguimos fazer, e com tendência de estender”, disse o Chefe do Estado.
As autoridades moçambicanas conseguiram instalar serviços de emissão de documentos pessoais em 15 países, incluindo África do Sul, Estados Unidos, Alemanha, Portugal, Quénia, Ruanda, Bélgica, Reino Unido.
(AIM)
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