Maputo, 26 Dez (AIM) – A Confederação das Associações Económicas de Moçambique confirma a remoção de todos as barreiras que impediam a exportação livre de feijão bóer.
Por isso, apela a todos os operadores e exportadores que podem exportar livremente os seus stocks desde que respeitem as normas vigentes.
Aliás, disse o CTA, os contactos feitos no terreno, tanto nos Portos de Nacala assim como o da Beira, constata-se que já foram exportadas para Índia mais de 200.000 toneladas de feijão bóer.
“Portanto, deste prisma, queremos esclarecer que, contrariamente ao que se tem propalado, já não há nenhum bloqueio para exportação de feijão bóer em Moçambique”, o Presidente da CTA, Agostinho Vuma, em conferência de imprensa havida hoje (26), em Maputo.
Explicou que este objectivo foi alcançado através do despacho do Tribunal Administrativo da Cidade de Maputo, bem como do despacho do Ministro da Economia e Finanças, Ernesto Max Tonela, que orienta o Director Geral das Alfândegas a instruir aos serviços, com efeitos imediatos, o livre acesso às exportações de forma indiscriminada a todos os agentes económicos interessados.
Outro aspecto, não menos relevante, é que os produtores locais do feijão bóer tiveram ganhos consideráveis na cadeia de produção, facto que permite afirmar que não está comprometida a satisfação desta componente social.
“Esta indicação decorre do facto de que o preço do feijão boer dos produtores locais foi vendido a um preço recorde de 54 meticais (cerca de 84 cêntimos do dólar americano) o quilograma, depois de ter começado a 12 meticais, que corresponde a uma subida de 350 por cento.
Portanto, disse Vuma, “estamos perante uma transferência clara de ganhos através desta que é a principal cultura de rendimento na Zambézia e a segunda cultura de rendimento em Nampula, abrangendo mais de um milhão de produtores.
“Aos produtores, apelamos para envidarem esforços no sentido de aumentar a produção, a produtividade e contínua melhoria da qualidade dos seus produtos, de modo a assegurar a efectividade deste negócio lucrativo e benéfico para todos os envolvidos”, acrescentou.
Entretanto, decorrem em estâncias judiciais um litígio, envolvendo duas empresas intervenientes no processo de exportação do feijão bóer, por sinal, os maiores exportadores, e que resultou numa providência cautelar que impede a um destes operadores de efectuar as suas exportações.
Preocupada com o assunto, a CTA afirma que tomou iniciativa de aproximar as partes litigantes. Neste momento, registam-se avanços quer na aproximação, quer, também, na resolução definitiva do diferendo entre elas para se minimizar os impactos reputacionais das mesmas no mercado internacional, incluindo um efeito negativo para a imagem de Moçambique.
A CTA apela, ainda, a todas as autoridades administrativas envolvidas a assegurarem, através de uma actuação isenta e responsável, o cumprimento escrupuloso das decisões emanadas pelo Tribunal Administrativo e pelo Ministro da Economia e Finanças, respeitante à salvaguarda dos interesses de todos os envolvidos na cadeia de valor de produção, comercialização e exportação desta commodity agrícola.
(AIM)
sg