Maputo, 30 Dez (AIM) – O Movimento Democrático de Moçambique (MDM), o segundo maior partido na oposição, propõe a alteração da data para o arranque do recenseamento eleitoral, para as eleições gerais do próximo ano, para permitir que o processo seja abrangente e inclusivo.
A posição foi expressa pelo presidente do MDM, Lutero Simango, na manhã de hoje, em Maputo, em conferência de imprensa para fazer o balanço do ano prestes a findar.
Simango explica que o período para o arranque do recenseamento coincide com a época chuvosa no país.
“O MDM não concorda com o período do próximo recenseamento eleitoral. Nós sabemos que os meses de Fevereiro e Março coincidem com o período chuvoso. Por isso, o MDM defende de que esse período deve ser alterado para permitir que os moçambicanos possam recensear e para que processo seja abrangente e inclusivo”, disse.
Na ocasião, Simango considerou que as eleições autárquicas deste ano foram as mais fraudulentas na história da democracia moçambicana.
“Podemos dizer, e com maior segurança, que estas eleições autárquicas realizadas neste ano foram as mais fraudulentas na história do país, mais fraudulentas que do ano 1999 quando o distrito de Nacala não teve a possibilidade de ter seus votos contados”, disse.
“Ao longo deste processo eleitoral foi totalmente evidente a fraca responsabilização dos infractores ligados ao partido Frelimo. Podem verificar que todos aqueles que foram presos e condenados são do partido MDM ou de outros da oposição. Nenhum elemento do da Frelimo foi preso ou condenado”, acrescentou.
Refira-se que a Renamo, o maior partido da oposição, também contesta a data para o arranque do recenseamento eleitoral pelos mesmos motivos.
A preocupação foi expressa recentemente pela secretária-geral, Clementina Bomba, explicando que foi sempre prática não realizar o recenseamento eleitoral nesse período como forma de evitar abstenção dos eleitores.
“Assim, instamos o Governo a mudar o período previsto marcado para o recenseamento eleitoral para permitir que todos os potenciais eleitores exerçam o seu direito de votar e serem eleitos”, disse.
(AIM)
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