Maputo, 05 Jan (AIM) – As autoridades sanitárias projectam imunizar cerca de 2,2 milhões de cidadãos contra a cólera, residentes nas quatro províncias mais afectadas em Moçambique, um exercício que deverá arrancar na próxima segunda-feira.
A campanha, de administração oral, será conduzida pelo Ministério da Saúde (MISAU). A mesma tem como alvo principal cidadãos com idade igual ou superior a um ano residentes nos distritos de Chiúre e Montepuez, na província de Cabo-Delgado, Gilé, Gurué e Mocuba (Zambézia), Mágoe, Moatize e Zumbo (Tete) e Maringue (Sofala).
Falando em conferência de imprensa, a directora nacional adjunta de saúde, Benigna Matsinhe, disse esperar que a campanha decorra sem sobressaltos e que os objectivos sejam alcançados.
Para o efeito, foram mobilizadas 1.136 equipas, que correspondem a 7.337 actores, incluindo vacinadores, mobilizadores, registadores, supervisores, coordenadores, digitadores de dados, logísticos, motoristas entre outros.
“A vacinação irá decorrer em postos fixos nas unidades sanitárias; em brigadas móveis nos locais de maior concentração populacional pré-estabelecidos (mercados, campo de futebol, locais de comícios, sede dos postos administrativos, localidades entre outros); e sempre que se justificar, será adoptada a campanha porta-a-porta”, explicou Matsinhe.
Para esta actividade, referiu que foram mobilizados cerca de 1,3 milhões de dólares, que foram disponibilizados pelo governo moçambicano e parceiros de cooperação.
Segundo a fonte, o sucesso da campanha depende do engajamento das comunidades em todos os distritos abrangidos.
Disse esperar uma adesão massiva à semelhança das campanhas anteriores porque disse depende o sucesso do presente exercício.
Aliás, disse a fonte, a população está ciente da importância desta vacina, para prevenção da cólera.
Explicou que a campanha surge em reposta ao agravamento do surto que eclodiu em Outubro de 2023.
Estatísticas recentes indicam que desde lá até o dia 02 de Janeiro corrente foram reportados 8.266 casos de cólera, e 20 óbitos, o que corresponde a uma taxa de letalidade de 0,2 por cento.
O surto foi detectado em seis províncias.
Benigna Matsinhe apela, neste contexto, à colaboração de toda a população dos distritos abrangidos, por forma a se dirigirem à unidade sanitária ou outro local de concentração mais próximo para apanhar a vacina.
Apela, igualmente, a colaboração das autoridades locais, os líderes religiosos, políticos, e todos os influenciadores de opinião, para que apoiem na sensibilização das comunidades para o sucesso desta missão; assim como o empenho de todas equipas envolvidas na campanha, para que nenhum indivíduo fique sem receber a vacina.
“Gostaríamos de assegurar que esta vacina oral é segura e eficaz. Por isso a nossa população pode tomar sem nenhum receio. Não se cobra nada”, salientou.
Sublinhou que a vacina da cólera não substitui outras medidas de prevenção, é apenas complementar, tendo por isso, apelado a observância de medidas de higiene individual e colectiva; higiene das mãos antes de comer e após usar a latrina; consumo de água fervida ou tratada com purificador “Certeza”, entre outras.
Questionada sobre as zonas afectadas pela violência por causa da desinformação sobre a origem da cólera, Benigna garante que a campanha vai decorrer normalmente e que a estratégia é envolver todas as forças vivas da sociedade para que percebam a importância da vacina.
(AIM)
sg