Maputo, 10 Jun (AIM) – A Polícia da República de Moçambique (PRM) deteve três indivíduos, de sexo masculino, com idades compreendidas entre 30 e 39 anos, indiciados pelo crime de fraude electrónica.
Segundo o porta-voz do Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC), Hilário Lole, a detenção dos três indivíduos surge na sequência de um mandato de captura exarado pelo Tribunal Judicial da Cidade de Maputo (TJCM).
Lole referiu que, após a denúncia, o SERNIC iniciou com uma investigação, em coordenação com a instituição bancária lesada, que culminou com a identificação dos três indivíduos e a sua captura.
“Estes indivíduos, aproveitando-se de uma falha do sistema nessa instituição bancária, efectuaram diversas transacções a partir da plataforma de “Internet Banking” em conta de diversos particulares até totalizar seis milhões de meticais (cerca de 95 mil dólares americanos)”, disse Lole em conferência de imprensa havida hoje, em Maputo.
Revelou que a fraude ocorreu entre Agosto a Outubro de 2023 e que o valor viria a ser transferido para uma conta aberta, recente e exclusivamente, para esse propósito, mas não revelou o nome da instituição bancária.
Uma vez não sendo possível levantar o valor de uma única só vez, segundo a fonte, os indivíduos dirigiram-se a um casino, onde teriam apostado metade do valor e o remanescente pediram que se convertesse em numerário.
Questionado sobre o possível envolvimento de funcionários do banco, Lole disse estar em curso uma investigação visando apurar se houve ou não e acrescentou que casos de género são recorrentes no país, sem especificar números.
“Nos últimos anos tem sido recorrente a ocorrência deste tipo legal de crime e o que o SERNIC tem feito, na cidade de Maputo, em concreto, é trabalhar mais com as instituições bancárias, de forma coordenada, para prevenir a ocorrência desses factos.
Já o proprietário do cartão refuta que a conta tenha sido aberta apenas com o propósito de receber o valor resultante da burla. Afirmou que o seu amigo pediu a conta para depositar 50 mil meticais para a compra de uma peça de viatura, o que não aconteceu, pois, o valor foi usado no casino.
“Nós fomos ao casino e no cartão havia 50 mil meticais e apostamos 20 mil. Depois de perder, consultamos o saldo e o valor continuava na conta, daí continuamos a jogar e o outro dinheiro pedimos em mão e foram 600 mil meticais, dos quais tive 200 mil”, disse.
O outro indiciado disse que apenas foi convidado pelos seus amigos para ir jogar como têm feito, habitualmente, e que, no fim, teve 200 mil meticais, os quais investiu no seu negócio e que está disposto a devolver ao banco.
Por seu turno, o suposto cérebro do esquema disse que pediu o número da conta do seu amigo porque estava sem cartão e que tinha de receber, do seu cliente, 50 mil meticais para a compra de peças de viatura. Desse valor teria o lucro de 20 mil meticais, os quais apostou em jogos no casino e, vendo que o saldo não era debitado, continuou a apostar.
“Estou detido por causa de uma falha que aconteceu no banco e nós acabamos jogando e raspando sem consciência porque sou viciado em jogos de azar. Eu comecei por raspar 20 mil que eram meu ganho. Naqueles 30 mil que era para comparar o resto do material, raspei 10 mil e mais oito mil, e o valor manteve-se e continuei a raspar”, disse.
(AIM)
SNN/dt