Maputo, 13 Jan (AIM) – As autoridades sanitárias da província nortenha de Cabo Delgado confirmam a reabertura do Centro de Saúde da sede do posto administrativo de Hucula, distrito de Namuno, que esteve temporariamente encerrado na sequência de tumultos decorrentes de desinformação sobre a origem da cólera.
A administradora distrital, Felismina Lázaro, confirmou o facto à Rádio Moçambique, emissora nacional. Explicou que um grupo de naparamas e outros indivíduos mal-intencionados ameaçaram de morte os profissionais de saúde que estavam a tratar os doentes de cólera, levando ao seu encerramento temporário.
“De facto aconteceu, até chegaram a ameaçar os profissionais de saúde em Hucula e no momento não havia mesmo condições para o pessoal de saúde se manter lá e, por isso, encerramos o centro”, afirmou a fonte.
Acrescentou que “mas depois vimos que não foi boa medida tínhamos que reforçar o efectivo de segurança e tornar a reabrir. Neste momento, o centro de saúde já está a funcionar em pleno e as pessoas estão a aderir, estão a trazer os doentes”.
A administradora distrital esclareceu ainda que reina desinformação no rio Mavo, sobre o qual não há nenhuma ponte e isso constitui outro obstáculo que dificulta a assistência aos doentes de cólera no posto administrativo de Hucula, o mais afectado por esta doença.
“Assim já montamos a segunda tenda e ainda há previsão de se montar outra tenda do outro lado do rio Mavo, porque em algum momento nos constrange não é possível atravessar, então queremos minimizar essa situação pondo lá também algum pessoal e a tenda para poder tratar do assunto”, aclarou.
A governante apelou às comunidades a intensificar as medidas preventivas, praticando a higiene individual e colectiva.
“Devem acatar as medidas que estão a ser transmitidas pelos profissionais da saúde, por outras pessoas como nós da administração, mesmo as Forças de Defesa e Segurança também estão a apelar e tirarem da cabeça que a cólera é transmitida”, apelou.
“Não é bem assim, a cólera é conhecida como uma doença de mãos sujas, então há necessidade de nós acatarmos se não vamos morrer ainda mais. Ninguém é responsável por transportar doenças para outra pessoa”, vincou.
O distrito já registou mais de 160 casos cumulativos de cólera sem nenhum óbito desde a eclosão da doença há mais de duas semanas.
Além de Namuno, a cólera assola igualmente os distritos de Ancuabe, Balama, Chiúre e Montepuez, estes dois últimos beneficiaram de campanha de vacinação contra a doença que terminou esta sexta-feira (12).
(AIM)
Fernanda da Gama (FG)