
Impacto das mudanças climáticas
Maputo, 18 Jan (AIM) – O Banco Mundial vaticina que as mudanças climáticas irão agravar os desafios de desenvolvimento de Moçambique e, no pior cenário, influenciar o aumento dos índices de pobreza em cinco por cento até 2050, empurrando mais de 1,6 milhões de pessoas para uma situação de necessidade extrema.
Para mitigar o seu impacto, o país deverá realizar um investimento que ascende a 37,2 mil milhões de dólares até 2030 para alcançar a resiliência climática, tanto nos aspectos do capital humano, físico e natural.
Os dados constam do Relatório Sobre Clima e Desenvolvimento de Moçambique (CCDR) publicado em Dezembro de 2023, documento que alerta que, se não ocorrer nenhuma transformação estrutural significativa, o índice de desigualdade dificilmente mudará até 2050, em todos os cenários climáticos analisados.
“Integrar as Mudanças Climáticas no Planeamento de Moçambique é fundamental para construir uma economia resiliente”, refere o Relatório Sobre Clima e Desenvolvimento de Moçambique (CCDR).
O documento do Banco Mundial, sublinha a urgência de integrar a acção climática no planeamento de Moçambique, dada a vulnerabilidade do país aos efeitos das mudanças climáticas e recomenda que os investimentos em resiliência e adaptação devem centrar-se nas necessidades mais urgentes, ao mesmo tempo que oferece um conjunto de quatro prioridades de impacto para impulsionar a adaptação climática, construir resiliência e promover o crescimento de baixo carbono, melhorando os índices desenvolvimento do país até 2050.
“Adoptar medidas em toda a economia para aumentar a capacidade de adaptação. Priorizar o desenvolvimento e gestão de infra-estrutura crítica. Proteger os mais vulneráveis enquanto se promove um crescimento verde, resiliente e inclusivo e capitalizar a riqueza energética e mineral de Moçambique”, lê-se no relatório.
Porém, o CCDR avança que, as receitas esperadas com as vendas de Gás Natural Liquefeito (GNL) aumentarão a sustentabilidade da dívida do país e poderão gerar espaço orçamental significativo para apoiar investimentos em adaptação e infra-estruturas resilientes às mudanças climáticas, embora as receitas sejam esperadas apenas após 2030.
O CCDR avalia como o rumo e as prioridades de desenvolvimento de Moçambique podem ser afectados pelas mudanças climáticas e descarbonização global, e sugere formas de responder, bem como, identifica opções para implementar um desenvolvimento resiliente ao clima dentro de uma estrutura fiscal restrita.
(AIM)
PC/sg