
Fonte: Banco de Moçambique
Maputo, 31 Jan (AIM) – O Comité de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique (BM) decidiu reduzir a taxa de juro de política monetária, taxa MIMO, de 17,25 para 16,50 por cento.
A decisão, tomada na primeira reunião ordinária do CPMO realizada esta quarta-feira, em Maputo, é sustentada pela consolidação das perspectivas de manutenção da inflação em um dígito, no médio prazo, num contexto em que a avaliação dos riscos e incertezas associados às projecções da inflação é mais favorável.
“As perspectivas de inflação mantêm-se em um dígito no médio prazo. Em Dezembro de 2023, a inflação anual fixou-se em 5,3 por cento, após 5,4 por cento em Novembro. Esta variação decorre, fundamentalmente, da redução dos preços de bens alimentares importados, com destaque para os produtos de mercearia”, explica o BM em comunicado de imprensa enviado hoje à AIM.
A inflação subjacente, que exclui as frutas e vegetais e bens com preços administrados, também reduziu, após cinco meses de sucessivos aumentos.
Para o médio prazo, “consolidam-se as perspectivas de uma inflação em um dígito, reflectindo, sobretudo, a estabilidade do Metical, a previsão de queda dos preços das mercadorias no mercado internacional e o impacto das medidas tomadas pelo CPMO.”
Entretanto, o Banco alerta que a pressão sobre o endividamento público interno se mantém elevada.
“O endividamento público interno, excluindo os contratos de mútuo e de locação e as responsabilidades em mora, situa-se em 320,6 mil milhões de meticais, o que representa um aumento de 8,3 mil milhões em relação a Dezembro de 2023”, indica o documento.
Explica que a avaliação dos riscos e incertezas associados às projecções da inflação é mais favorável.
O BM destaca como possíveis factores de redução da inflação o esforço da consolidação fiscal, a menor severidade dos eventos climáticos extremos e o impacto menos gravoso dos conflitos geopolíticos sobre a cadeia logística e sobre os preços das mercadorias no mercado internacional.
“O CPMO considera estarem criadas as condições para o início de um ciclo de redução gradual da taxa MIMO, com vista à sua normalização num período de 24 a 36 meses. O ritmo e a magnitude dos próximos ajustamentos irão depender das perspectivas da inflação, bem como da avaliação dos riscos e incertezas subjacentes às projecções do médio prazo”, conclui.
A próxima reunião ordinária do CPMO está marcada para o dia 27 de Março de 2024.
(AIM)
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