Maputo, 31 Jan (AIM) – Mais de sete mil crianças estudam ao relento ou sentadas ao chão em Moçambique, afirma o porta-voz do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH), Manuel Simbine.
Os registos mais altos situam-se nas províncias de Nampula e Zambézia, regiões norte e centro do país respectivamente, as mais populosas do país, com cerca de mil turmas ao relento.
Falando hoje (31) à Televisão de Moçambique (TVM), emissora pública, Simbine admitiu o problema do sector da educação e diz que as autoridades já estão a trabalhar no assunto junto das comunidades para mitigar o seu impacto
“Temos pouco mais de sete mil turmas, com maior indicação para as províncias de Nampula e Zambézia, que têm mais de mil turmas ao ar livre. Mas estamos a trabalhar e as comunidades também se envolvem com a construção de salas com material de construção local para permitir que estas crianças, não tendo uma solução convencional, tenham uma sombra”, disse Simbine.
Para a fonte, tirar as crianças de baixo das árvores “é um desafio que temos como sector.”
Por isso, acrescentou, “vamos continuar a mobilizar recursos junto ao governo para garantir que, gradualmente, se reduza esse número de crianças ao ar livre. A colocação de carteiras é outro elemento extremamente importante para permitir que se a criança não tem uma sala convencional pelo, menos naquela sala de material local, não sente no chão e tenha uma carteira para permitir que ela comece o ensino e aprendizagem sentada na sala”.
Ciente deste problema, disse que o sector da educação entra para o ano lectivo que hoje inicia com 10 novas escolas, ao longo do país, o equivalente a 140 novas salas.
“Temos dez novas escolas (erguidas de raiz), que a partir de hoje já estão à disposição”, disse.
Destas, quatro estão na Zambézia, nomeadamente em Mocuba, Namacurra, Lugela e Nicoadala, duas em Ibo e Montepuez (Cabo Delgado), uma em Doa (Tete), uma em Mafambisse (Sofala), e duas na Matola e Manhiça ( Maputo).
Segundo as projecções do MINEDH, cerca de 9,9 milhões de alunos à escola a partir de hoje.
“O sistema (Educação) vai funcionar com pouco mais de 13 mil escolas primárias, 1.968 básicas, 2.500 secundárias do primeiro ciclo e, aproximadamente, 500 secundárias do segundo ciclo”, concluiu.
(AIM)
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