Maputo, 08 Fev (AIM) – O ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, Carlos Mesquita, critica a proliferação de construções desordenadas em Moçambique, a maior parte das quais não contempla a provisão de serviços utilitários, tais como agua e energia .
Mesquita disse não existir actualmente, um real planeamento ao longo do território moçambicano, facto que dificulta a instalação das redes de saneamento, electricidade, água.
Infelizmente, disse o Ministro, os arquitectos nada fazem para reordenar os espaços existentes.
“Os nossos filhos vão perguntar o que é que nós andamos a fazer. Precisamos de saber responder”, disse o ministro falava durante a cerimónia de abertura do 1º Congresso de Arquitectura em Moçambique, evento de dois dias que teve início hoje em Maputo, que se realiza sob o lema “Resiliência do Edificado; Desafios da Prática Profissional em Moçambique”.
“Temos a responsabilidade de fazer e deixarmos as coisas melhores. Quantos aglomerados estão a ser construídos ao longo de todo o território nacional, onde é que está o planeamento, o ordenamento, é casa para a direita, casa para a esquerda, quer se fazer o lançamento das redes de água, energia, temos que andar ali aos ziguezagues, porquê?”, questionou Mesquita.
Criada há seis anos, a Ordem dos Arquitectos de Moçambique (OArQ) tem, segundo o ministro, vindo a consolidar o seu espaço no panorama nacional e a realização do 1º congresso testemunha a evolução e o papel vital da Ordem nos moçambicanos.
O Executivo está firme em prestar o seu apoio a OArQ por ser vital para assegurar a implementação de mecanismos mais abrangentes eficazes que regem a prática profissional da arquitectura no país.
Mesquita propôs que todas as Ordens existentes no país tenham um único prédio, onde estejam instaladas todas as suas sedes nacionais, como forma de estabelecer padrões consensuais e elevados, promover a excelência e inovação da arquitectura.
Falando sobre o congresso, o ministro afirma que é uma oportunidade ímpar para consolidar o papel interventivo da Ordem.
“Esperamos que os resultados obtidos deste encontro sejam um marco inicial, fortalecendo a capacidade da Ordem de gerir e orientar processos em diversas áreas, incluindo técnicas construtivas, organizacionais e outras dinâmicas essenciais”, afirmou.
Por seu turno, o bastonário da OrAQ, Luís Lage, disse que o arquitecto deve buscar soluções sobre o urbanismo e o ordenamento territorial, dois paradigmas que podem representar um avanço na agenda de promoção do desenvolvimento inclusivo e sustentável do país.
Segundo Lage, a arquitectura desempenha um papel fundamental na construção de espaços mais resilientes e adaptáveis aos desafios do mundo contemporâneo, incluindo a sustentabilidade ambiental, eficiência energética, associados a escolha de materiais de construção, preservação do património arquitectónico.
“Este 1º Congresso é hoje uma oportunidade única para a nossa comunidade de arquitectos, planificadores físicos e urbanistas de se inspirar e aprender a dialogar sobre as melhores práticas e os desafios futuros. É uma chance de fortalecermos a nossa profissão, a nossa actuação no mundo da arquitectura”, vincou Lage.
Estatísticas apontam que 80 por cento dos citadinos moçambicanos são residentes em bairros sem projectos de urbanização e, por isso, vulneráveis a fenómenos naturais e ambientais.
(AIM)
Ac /sg