Maputo, 13 Fev (AIM) – A companhia de bandeira nacional Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) perdeu cerca de três milhões de dólares em Dezembro último, anunciou esta segunda-feira, em Maputo, o Gestor do Projecto de Reestruturação da LAM, Sérgio Matos.
Falando em conferência de imprensa sobre os atrasos de voos que se verificam nos últimos dias, Matos explicou que LAM está a fazer um rastreio das máquinas POS-Ponto de Venda, para identificar o mecanismo usado para o desvio do fundos.
“Há duas semanas iniciamos uma operação para sabermos para onde está indo o dinheiro. Estamos a vender mais mas a empresa não está a ter todo o dinheiro”, disse, sublinhando que “fizemos um trabalho relâmpago com a segurança interna da LAM e recolhermos quase todas as POS, e dos 20 Ponto de Venda de bilhetes da LAM, recolhemos até o dia de ontem [domingo] 81 POS”.
Segundo Matos, existem alguns proprietários de estabelecimentos comerciais que não conhecem o dono da POS. Por isso, “recolhemos para que a segurança interna e a quem de direito possam dar seguimento”.
Matos afirmou que para a sua surpresa, no mesmo dia em que recolheram as POS estavam outras a funcionar passado algumas horas. “Ninguém soube explicar porquê é que estavam lá as POS”, disse.
Sobre a recolha de dinheiro em numerário, normalmente feito com empresas de segurança estabelecidas nas LAM, Matos apurou que as empresas recebem os bordereaux algumas vezes volvidos três dias.
“Recolhe-se o dinheiro na companhia, depois o dinheiro fica guardado algures por dois, três dias, depois disso é que vem o bordereaux”, explicou.
O mesmo verifica-se no abastecimento de aviões, uma vez que existem aeronaves que registam combustível acima da sua capacidade máxima.
“Se uma aeronave tem uma capacidade máxima de combustível de 80 toneladas como é possível que a mesma aeronave seja abastecida 95 toneladas. Outra questão que se coloca à onde estão as restantes as 15 toneladas, e como é que foi feito”, questionou.
Matos acredita que “algumas pessoas ficam incomodadas”, e por disso, recorrem à imprensa para dar a entender que nada está a ser feito internamente.
Alguns trabalhadores das LAM utilizaram fundos da companhia para adquirir casas próprias e “esses funcionários quando foram contactados, cada um arranja uma justificativa, e acreditamos que pode ser o mesmo grupo que está a procurar os seus adeptos usando a mídia, para poder dar uma imagem de que a companhia não está num bom estágio”.
Revelou que brevemente, a LAM vai abrir a rota Maputo-Malawi, mas já existe uma divida de 1,2 milhão de dólares.
Anunciou que LAM deve a empresa distribuidora de combustíveis moçambicana, Petromoc cerca de 70 milhões de dólares.
(AIM)
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