Mossurize (Moçambique) 22 Fev (AIM) – O secretário de Estado na província de Manica, Fernando Bemane, exige intensificação das actividades de fiscalização e controlo nas fronteiras e vias públicas para combater a imigração ilegal em Moçambique.
Nos últimos tempos, Manica tem sido um corredor preferido de cidadãos de outros países, a sua maioria etíopes, que pretendem chegar à África do Sul à procura de melhores condições de vida.
Só este ano, mais de 100 cidadãos, maioritariamente etíopes, foram retidos em algumas rodovias da província de Manica.
As estradas nacionais número Sete, Seis e Um são as mais usadas pelos imigrantes ilegais, que usam a fronteira de Machipanda para chegar ao Zimbabwe.
Bemane, que está quinta-feira (22) visitou a fronteira de Mossurize, disse ser importante que o Serviço Nacional de Migração, Força de Guarda Fronteira e outras instituições intervenientes trabalhem afincadamente para travar a imigração ilegal no país.
“Vimos aqui para ver como é que vocês trabalham. Vocês são muito importantes para o desenvolvimento de Moçambique. Queremos encorajar-vos a continuar a trabalhar e servir esta pátria”, afirmou.
Acrescentou que Moçambique vive momentos difíceis, “devido à ameaça de pessoas de má-fé em algumas regiões da província de Cabo Delgado.”
“Em muitos casos, esses males são perpetrados por pessoas que vêm de outros países. Cometem crimes e regressam aos seus países”, disse.
Sublinhou a necessidade de se intensificar o controle da entrada e saída de pessoas nas fronteiras e em outros lugares, porque, no seu entender, só assim é que “podemos combater a imigração ilegal”.
“Algumas pessoas até entram para o nosso país documentadas e vão cometer crimes. É nossa tarefa controlar este movimento que, se não for feito, pode colocar em perigo o nosso país. Pode constituir ameaça contra a nossa soberania. Um país sem o controlo das suas fronteiras está em risco. É uma ameaça à sua própria soberania”, sustentou.
Disse que em alguns casos, os malfeitores usam tácticas para desviar a atenção de todos. “Entram em Moçambique e cometem crimes. Depois de realizarem o mal, regressam pelas mesmas vias impunemente. Por essa razão, devemos estar comprometidos em defender a pátria moçambicana.”
“Queremos estar em paz. Quem traz a paz são vocês. O nosso trabalho é proteger este país. Proteger os moçambicanos. Vocês são parte do desenvolvimento do país. A nossa missão é evitar o mal e combater a imigração ilegal”, desafiou Bemane.
A província de Manica tem uma linha de fronteira com o Zimbabwe estimada em cerca de 500 quilómetros e conta com dois importantes postos fronteiriços nomeadamente, Machipanda, o maior da província, e o de Mossurize, para além de outros pequenos postos de travessia simplificados que dão acesso aos dois países.
Diariamente, centenas de pessoas atravessam pelas duas fronteiras de e para Moçambique.
A visita de trabalho de pouco mais de 24 horas ao distrito de Mossurize termina esta quinta-feira.
Ainda hoje, Bemane escalará o distrito de Machaze, onde permanecerá até sexta-feira.
Naquele ponto da província de Manica, o secretário de Estado tem agendada uma sessão extraordinária distrital, encontros com os líderes comunitários, religiosos, funcionários e agentes do Estado, bem como visita a alguns empreendimentos públicos.
Machaze marca o fim de um ciclo de visitas que Bemane foi efectuando aos doze distritos da província, desde a sua nomeação ao cargo de Secretário de Estado, há cerca de dois meses.
(AIM)
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