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Nampula, (Moçambique), 27 Fev (AIM) – No maior e mais populoso município da zona norte de Moçambique, a cidade de Nampula, já são visíveis os esforços da edilidade em reverter o cenário dos últimos meses que se caracterizava por lixo acumulado em todos os cantos, quer na zona urbana quer na suburbana.
O presidente do município, Luís Giquira, lançou há cerca de duas semanas uma campanha massiva de recolha de lixo, que teve como palco principal o mercado grossista do Waresta.
Actualmente, é possível constatar que o lixo que se havia acumulado nas principais avenidas e zonas próximas de escolas, casas de culto, jardins públicos e que, inclusive, chegaram a obstruir estradas, estão a ser removidos paulatinamente.
Contudo, os munícipes, apesar de aplaudirem os esforços da nova equipa liderada por Giquira, pedem a reposição de contentores de lixo e o restabelecimento dos horários de depósito.
Tudo isso porque, no quadro que se apresenta, o lixo continua a ser depositado no chão, nos mesmos lugares, o que provoca preocupações do retorno à realidade anterior.
Foi esta a conclusão que a AIM ouviu de alguns munícipes.
“Aqui, nesta esquina do hotel, à entrada da zona militar, nesta estrada já não se passava. Agora, o município tirou o lixo, mas não há contentores. Estamos a depositar o lixo de novo no chão”, queixou-se Joana Semente, moradora do bairro Muhaivire, zona dos Limoeiros.
Não muito distante desse local, Omar Selemane e outros sete cidadãos instalaram a sua praça de táxi-mota e reclamam do mau cheiro que afugenta os clientes.
“Estamos a ver o município a tirar o lixo, mas ali ainda há água estagnada, porque a chuva ainda não parou e os moradores daqui deitam o lixo no chão a qualquer hora. Dizem que não tem outra solução por falta de contentores”, afirmou desalentado.
Foi no mercado do Belenenses, conhecido também como de peixe, que na tomada de posse do novo edil foi referido como sendo uma prioridade a sua requalificação. A AIM ouviu também o pedido desesperado dos vendedores.
“Esperamos muito tempo e agora estamos ansiosos para que o município venha melhorar as condições de higiene neste mercado. Fomos abandonados e vendemos os nossos produtos em locais sujos, não é de admirar quando se fala de cólera, aqui na cidade”, afirmou Ussene Constantino, um jovem vendedor de pescado.
Uma fonte do município contactada pela AIM assegurou que o trabalho de recolha de lixo, nos 71 pontos críticos identificados pela edilidade, vai continuar durante mais alguns dias, na expectativa de se passar à fase seguinte que pressupõe limpeza de forma regular a urbe.
Destes 71 pontos, segundo a mesma fonte, 45 já foram alvo da acção de remoção do lixo, e a AIM constatou que a situação melhorou em zonas sensíveis e que algumas estradas, antes obstruídas por montes de resíduos sólidos, já estão transitáveis.
Entretanto, as autoridades da saúde culpam o deficiente saneamento do meio, a fraca cobertura de abastecimento de água, o incumprimento de medidas básicas de higiene individual e colectiva e desinformação como factores que propiciam a cólera, doença que na província de Nampula já provocou 13 óbitos desde a eclosão do surto.
Nesta província, o distrito de Nampula é um dos assolados pela doença tais como Malema, Mecubúri e Meconta.
(AIM)
Rosa Inguane(RI)/dt