Lisboa, 10 Mar (AIM)- A menos de 24 horas da abertura das urnas para as Legislativas antecipadas em Portugal, o chefe de Estado português, Marcelo Rebelo de Sousa, deixou uma mensagem aos compatriotas, vincando que “ninguém pode substituir a vontade popular”.
O Presidente da República, comparando a situação nacional, marcada por enormes desafios nos sectoes da saúde,, educação, justiça, nas Forças de Defesa e Segurança, entre outros, e a situação internacional, marcada pela guerra na Ucrânia e no Médio Oriente, conflitos que agravam a crise económica, financeira e social global, e das eleições deste domingo (10 de março) e das anteriores, que aconteceram em 2022, lembrou que é nos momentos de mais incerteza e insegurança que “importa mais votar”.
“Terminou ontem (esta sexta-feira) um longo período pré-eleitoral e eleitoral, que permitiu congressos e convenções, eleição ou confirmação de líderes, apresentação de programas (…), além de ampla difusão de pessoas e posições”.
“Tudo para motivar e mobilizar a decisão dos portugueses. Tudo com a certeza que ninguém (…) pode substituir ou sequer condicionar o sentido final da vontade popular”.
Fazendo uma comparação, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que é possível identificar o que dominou tanto as eleições de 2022 como as de 2024.
Nas anteriores, as preocupações eram três: “duas claramente expressas, outra tratada à meia voz”, referindo-se à recuperação económica e aos efeitos que a covid-19 deixou em Portugal e ainda o “agravamento das tensões internacionais”, tendo a guerra na Ucrânia começado 24 dias depois da Eleições Legislativas em Portugal (24 de fevereiro de 2024).
“Hoje, as três grandes preocupações são muito semelhantes às de 2022: duas expressas, uma terceira pensada por todos mas falada por muito poucos”, disse o chefe de Estado português.
As duas preocupações expressas, segundo o presidente da República, são a “urgência de acelerar a recuperação da economia – sacrificada pela guerra em 2022”-, os efeitos do compasso de espera “provocado pelas guerras” na Ucrânia e no Médio Oriente e ainda a preocupação com o que se passará “lá fora este ano e nos anos seguintes”, como nas eleições europeias (entre 6 e 9 de junho próximo) ou nas norte-americanas (em novembro), ou a economia global.
“Em tempos assim, nos quais as guerras vieram relançar guerras económicas e sociais, que esperaríamos ultrapassadas pelo fim da pandemia, é nesses tempos que importa mais votar”, vincou.
As legislativas antecipadas deste domingo decorrem num momento particularmente difícil para os portugueses e as últimas notícias apontam que a Cruz Vermelha regista aumento de mais de 70 por cento nos pedidos de apoio em 2023 e lança campanha solidária.
O sistema de protecção social da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) registou um aumento de 73 por cento de pedido de ajuda em 2023.
O número de pessoas sem-abrigo aumentou 78 por cento nos últimos quatro anos. São agora cerca de 11.700 pessoas. É o resultado da crise da habitação.
(AIM)
DM