Chibuto (Moçambique), 19 Mar (AIM) – A Agência Japonesa para o Desenvolvimento (JICA) em parceria com as autoridades de saúda de Moçambique, ensaiam a introdução da caderneta unificada de saúde de criança e mulher para consultas pré-natais na província de Gaza, zona sul do país.
A integração da informação de mãe e filho numa única caderneta vai facilitar o monitoramento do histórico clínico da mãe e criança e evitar a perda de informação pré-natal tal como sucede actualmente.
A fase piloto abrange neste momento os distritos de Chibuto e Bilene, numa iniciativa avaliada em 175 milhões de meticais e que espera-se que alcance perto de 18 mil crianças dos zero a cinco anos de idade e suas mães, num universo de pouco mais de 25 unidades sanitárias, incluindo de nível primário.
Em entrevista a AIM, o Chefe de Departamento de Saúde Pública na província de Gaza, Victor Chivurre, realça que a cooperação com a JICA na saúde da mulher e criança, que culminou com a introdução da nova caderneta assegura o seguimento seguro da criança e a mãe desde a gestação, parto e crescimento da criança.
O governo local espera que os resultados do ensaio sejam satisfatórios e que haja expansão do projecto para todos os distritos, numa província em que enfrenta vários desafios de saúde materno-infantil, com especial enfoque para a desnutrição crónica.
A desnutrição é mais preocupante nas zonas semi-áridas severamente afectadas pelo fenómeno El Nino caracterizado por secas prolongadas.
“É um projecto que é uma mais valia para nós e para a província de Gaza em particular. Isso facilita também a intervenção dos profissionais que fazem o seguimento nas unidades sanitárias”, disse a fonte.
No distrito de Chibuto, a iniciativa tem como epicentro no hospital geral local, onde decorre diariamente, a entrega de cadenetas de serviços unificados a mulheres que faziam consultas pré-natais, oriundos de vários postos administrativos, localidades e povoações.
As mulheres abrangidas, falam das vantagens que o serviço traz, desde a informação educacional durante a gravidez, parto, preparação para amamentação, informações nutricionais, sinais de perigo e risco durante a gestação.
“Estou muito feliz com a caderneta. Ela traz imagem ilustrativa sobre toda informação necessária para uma mulher grávida. Com esta caderneta toda informação sobre a minha saúde e do meu filho estão aqui”, disse Alice Januário, grávida de sete meses, após a recepção da caderneta.
“Venho para a consulta de bebé, eu recebi a cadeneta quando estava grávida. Sempre que venho para hospital trago comigo esta caderneta que tem toda informação sobre a saúde do meu filho”, disse Florência Machava, mãe que já beneficiou da caderneta.
Para Dúlia Esmeralda Maibase, responsável de saúde materno-infantil no distrito de Chibuto, a introdução em fase piloto da caderneta trouxe melhorias na aderência das mães aos serviços pré-natais pelas suas valências, tanto sob ponto de vista de informação constante, como pelo espaço de acompanhamento mais pormenorizado e continuado da saúde de criança e da mãe.
“As mulheres grávidas quando vêm a caderneta com outras mães, elas vêem mais cedo à consulta para poderem também ter a cadeneta. Tem espaço suficiente para detalhar a situação clínica da mãe e da criança. Tem figuras ilustrativas que ajudam as mães não escolarizadas a terem acesso a informação. A ficha anterior não tinha essas valências”, disse a fonte.
Assegurou que, para o sucesso da iniciativa foram formados Agentes Polivalentes de Saúde para o acompanhamento e disseminação de informação as gestantes, mulheres e crianças na comunidade, através de um ciclo que garante a monitoria do projecto.
Refira-se que, na província de Gaza, a JICA, alocou no Centro de Saúde do Distrito de Chongoene, voluntários japoneses para prestação de assistência na área de saúde materno-infantil, especializados em atendimento a mulheres grávidas e lactantes, como forma de melhoria da qualidade de saúde deste estrato social.
(AIM)
PC/sg