
Vice-Presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE), Fernando Mazanga, fala em conferência de imprensa
Maputo, 20 Mar (AIM) – O vice-Presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE), Fernando Mazanga, diz que a falta de pagamento aos brigadistas afectos nos postos de recenseamento eleitoral poderá propiciar actos de corrupção e comprometer todo processo eleitoral.
Mazanga explica que parte de brigadistas do recenseamento eleitoral e membros da Polícia da República de Moçambique (PRM) foram afectos aos postos de recenseamento eleitoral sem o pagamento de 50 por cento do valor do subsídio acordado.
Aliás, explica Mazanga, o mesmo valor devia servir para custear despesas de alimentação.
Com isto, argumenta Mazanga, pode-se tirar ânimo dos agentes eleitorais e, assim, aliciá-los para a prática de ilícitos eleitorais, um acto que pode fragilizar todo processo eleitoral.
“Estamos atentos a essas manobras que visam tirar ânimo dos agentes eleitorais, para os fragilizar e (…) serem seduzidos para a prática de ilícitos eleitorais”, disse Fernando Mazanga, em conferência de imprensa havida na manhã de hoje, na sede nacional da Renamo, em Maputo.
Mazanga, que também é membro sénior da Renamo, o maior partido de oposição em Moçambique, diz que o seu partido “quer realizar eleições sem sobressaltos”.
“Queremos trabalhar com pessoas motivadas e pagas de acordo com os contratos deles”, acrescentou., explicando que a conferência de imprensa tinha por objectivo abordar aquilo que considera de cenário sombrio volvidos cinco dias desde o início do recenseamento eleitoral.
O vice-presidente da CNE pediu, igualmente, “à Procuradoria-Geral da República (PGR) para que não ignore estas nossas suspeitas, no sentido de ver quem e o que trava o financiamento dos órgãos eleitorais”, um facto que diz representar o incumprimento do aprovado na Constituição da República.
“Queremos apelar aos concorrentes para libertarem os órgãos eleitorais e os tornarem, de facto, profissionais, respeitando a vontade do povo expressa nas urnas”, disse Mazanga, sublinhando que os moçambicanos merecem eleições livres, justas e transparentes.
O recenseamento eleitoral para as eleições legislativas, das assembleias províncias e presidências de 09 de Outubro arrancou a 15 de Março em todo o território nacional e Mazanga diz que já recebe relatos dos distritos (não mencionados) dando conta de que há listas das pessoas que devem recensear, designadas de “prioridade”, enviadas pelos partidos políticos, um acto que “prejudica os chamados desconhecidos”.
Para o recenseamento eleitoral, que decorre até 28 de Abril, a CNE projecta inscrever mais de sete milhões de eleitores, num universo de mais de 16 milhões da população eleitoral para 2024.
(AIM)
Sc/sg