
Surto de conjutivite
Maputo, 23 Mar (AIM) – Mais de 1.400 pacientes deram entrada nas unidades sanitárias da cidade de Maputo, capital moçambicana, com sintomas de conjuntivite hemorrágica, desde a notificação do primeiro caso a 21 de Fevereiro último.
O sector de saúde diz que os casos poderão aumentar devido a tempestade tropical severa “Filipo”, pois veio também agravar as condições de saneamento do meio e isso está a facilitar a propagação de doença.
Os dados foram avançados pela vereadora do Pelouro de Saúde e Qualidade de Vida no Conselho Municipal de Maputo (CMM), Alice de Abreu, num contacto estabelecido com a AIM, para abordar a evolução da conjuntivite hemorrágica na urbe.
“A conjuntivite hemorrágica está a ser notificada a nível da cidade de Maputo desde o dia 21 de Fevereiro, em que nós registamos os primeiros casos, até a esta altura nós temos um total de 1.488 casos que foram notificados em 35 unidades sanitárias”, disse Alice de Abreu.
A fonte referiu que a maior parte dos casos estão a ser notificados nos distritos municipais de Ka Mavota e Ka Nlhamankulu.
“Também estamos a fazer aquilo que é a monitoria dos casos de conjuntivite pelos bairros, a maior parte dos casos vem do bairro da Polana Caniço “A e B”, Zimpeto, Mavalane, Luís Cabral e Chamanculo. O menor número de casos vem do distrito de Ka Nyaka”, avançou.
Acrescentou que “é nossa preocupação, porque estamos a registar casos também nos centros de acomodação. Temos cinco centros de acomodação a funcionarem na cidade, onde foram registados um total de 51 casos”.
A vereadora disse que como sector da saúde, o primeiro passo foi capacitar os técnicos para que possam fazer o diagnostico correcto dos casos.
Garantiu que existem medicamentos disponíveis para o tratamento da conjuntivite a nível das unidades sanitárias, e recomenda a tomada de medidas de prevenção para evitar o contágio da conjuntivite.
“As medidas de prevenção incluem a lavagem das mãos com água e sabão ou desinfectar as mãos com álcool, evitar grandes aglomerados populacionais, evitar a partilha de objectos tais como canetas, toalhas, lenços entre outros, bem como evitar levar as mãos aos olhos sem garantir que as nossas mãos estejam de facto limpas”, recomendou.
Advertiu as mães e cuidadores de crianças menores que, eventualmente, possam estar a tratar essas crianças que tiverem conjuntivite para tomarem muito cuidado.
Outro aspecto importante, disse a vereadora, é que as pessoas que tiveram a doença devem evitar ir à escola ou ao local de trabalho. Para os casos suspeitos é importante que sejam devidamente diagnosticadas e para os casos confirmados recomenda-se a repousarem em casa até ficarem curadas.
A fonte referiu que já existem equipes compostas por técnicos de medicina preventiva que estão no terreno, estão no campo a fazerem campanhas de sensibilização sobre os cuidados a ter com a doença, bem como contra doenças diarreicas.
(AIM)
Fernanda da Gama (FG)