
Presidente da CTA, Agostinho Vuma (a direita) e director executivo da UBA, Rotimi Morohunfola no acto da assinatura do acordo
Maputo, 27 Mar (AIM) – O banco United Bank for Africa (UBA) anunciou hoje (27), em Maputo, que tem disponíveis 50 milhões de dólares para apoiar as Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPMES’s) moçambicanas, para impulsionar o seu desenvolvimento e crescimento económico.
O montante deverá ser investido para financiar projectos nos sectores de transporte e logística, agro-processamento e farmacêutica, a partir de 15 mil dólares.
A linha apresenta vantagens, sobretudo em termos de custo, onde oferece preçários bonificados de prime rate -1 para aquisição de equipamentos num período máximo de quatro anos.
Para o efeito, foi assinado um Memorando de Entendimento entre a UBA e a Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA).
Falando durante o evento, o Presidente da CTA, Agostinho Vuma, manifestou a sua satisfação com o financiamento pois “irá contribuir sobremaneira para impulsionar as MPMES’s envolvidas no sector de transporte e logística, agro-processamento e farmacêutica.”
Vuma apontou um crescimento notável no sector privado, afirmando que as MPME’s representam 98% da estrutura empresarial moçambicana contribuindo com cerca de 48% nos empregos em Moçambique.
Vuma reconheceu a existência de uma disparidade significativa no acesso e disponibilidade dos serviços financeiros entre diferentes segmentos da população, tendo dito que “a maior parte do financiamento está concentrada em áreas urbanas, muito particularmente na província e cidade de Maputo.”
Referiu que o acesso ao financiamento é apontado como uma das limitações mais significativas para o desenvolvimento económico, visto que 16% dos financiamentos são destinados aos sectores primários e secundários e, apenas 2% de crédito é destinado à agricultura.
Deplorou a tendência que se verifica nos últimos tempos de uma queda de fundos alocados aos dois principais sectores de actividade económica moçambicana, nomeadamente a agricultura e indústria.
Este facto deve-se principalmente à preferência de recursos intermediários financeiros para outros sectores, particularmente o comércio e o turismo pelo menor risco e maior capacidade de retorno dos empréstimos concedidos pelo desenvolvimento dinâmico desses sectores.
Vuma também aponta com uma das causas da redução do financiamento a decisão tomada pelo Comité da Política Monetária do Banco de Moçambique referente ao aumento da taxa de juros que reflectiu-se, por sua vez, no aumento dos juros de crédito nos bancos comerciais, mas que a situação regista melhorias com a redução da taxa MIMO a partir de Janeiro último.
Vuma destacou ainda, no quadro da redução do financiamento, a retirada de comparticipação da factura de importação de combustíveis com o aumento da taxa de reserva obrigatória que passou de 11% para quase 40%, e frisou que “estas medidas combinadas reduziram o fluxo de liquidez de divisas para o nosso mercado.”
Por isso, Vuma propõe ao Banco de Moçambique para reavaliar a situação e considerar uma comparticipação de pelo menos 50% da factura de importação de combustíveis e outros produtos críticos da economia, como os produtos alimentares.
Ademais, desafiou aos técnicos da UBA a serem céleres para que a parceria entre o banco e a CTA apresente resultados sob o ponto de vista de volume de financiamento, volume de investimento e, também de empregabilidade.
Já o director executivo da UBA, Rotimi Morohunfola, sublinhou que, através do maior programa de empreendedorismo em África, a UBA seleccionou para o ano 2024, 52 jovens moçambicanos para serem abrangidos por um financiamento no valor de 250 mil que serão aplicados nas áreas da agricultura, bens alimentares, comércio, moda e Tecnologias de Informação e Comunicação.
Morohunfola concluiu reiterando o compromisso de providenciar melhores soluções para o crescimento de negócios e trabalhar com a CTA e outras instituições para o desenvolvimento de Moçambique.
(AIM)
NL/sg